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're' viravoltas

Busco conduzir minha vida com desapego, por mais que o meio me force ao apego. Disse hoje no telefone para a Dani que meu único arrependimento -- ou o que considero meu único erro na vida -- foi entrar no banco. É claro que isso tem um sentido muito mais profundo do que simplesmente inserir-me num meio altamente canibalesco e competitivo, com metas abusivas e poucas ou nulas recompensas.
Tive variadas e diversas experiências com mercado de trabalho desde os 14 anos, mas nenhuma tão alienante quanto minha experiência atual. Hoje, não consigo imaginar-me trabalhando com outra coisa, e toda vez que penso como estaria eu trabalhando com outras coisas, tenho um sentimento semelhante a medo em pensar no desmamar das tetas da sólida instituição financeira onde trabalho.
Esse é só mais um dos pensamentos que toma minha cabeça nesses que são os últimos dias de 2006. Não que eu acredite no fracionamento do tempo em dias e horas como se fossem realmente um marcador real de tempo, ao contrário. Só que sei que, junto com o passar desse marcador, meu corpo dá sinais de estar cada vez mais distante de seu nascimento, em uma ascenção que em algum instante transformar-se-á em declínio. Isso sim me dá medo.
Não, não é medo de morrer. É medo de não viver o suficiente.
Nasci há 23 anos e não tenho certeza de que todas as decisões que tomei foram corretas. Às vezes, foram, ora não. O fato é que apodera-se de mim um medo de estar vivendo uma existência vazia, quando poderia estar preenchendo-a com algo que ainda não sei bem o que é. Em suma, vivo há 23 anos, mas não estou bem certo de estar vivendo mesmo.
Já que o próprio "inconsciente coletivo" aceitou essa marcação de meses e anos para pontuar suas vidas, não creio ser insensato considerar o fim de ano um fim de ciclo -- com consequente início de outro. Todavia, estar consciente do samsara me faz tentar fazer com que os ciclos da minha vida não sejam circulares ou espirais, mas sim, solenóides, uma espiral crescente e ascendente, com "avanços" que destaquem-se em relação ao ponto anterior.
Que foi 2006? Quais foram as coisas que me marcaram -- se é que marcaram? Com quem e onde estive, com quem interagi, o que aprendi com tais experiências?
Me vem à cabeça, por exemplo, a experiência em São Thomé das Letras, sendo expulso da Fundação Harmonia por ter me entregado a um simples beijo e um breve romance com uma residente da comunidade que conheci há anos, quando ela ainda não morava lá. Eis o primeiro choque do ano: a Escola que me ensinou a renúncia ao moralismo, que instruiu-me nos primeiros passos do Tantra enquanto vida não enquanto religião, expulsou-me por puro e simples moralismo. Pois é, as Escolas não duram para sempre, e logo depois busquei clarear minha mente encontrando-me com o Mestre e professor Ronaldo, que hoje habita em Carrancas -- longe de São Thomé como todos os meus outros professores. Ele mostrou-me que a expulsão estava distante de ser um retrocesso: ao contrário, simbolizava a libertação.
Já em São Paulo, me envolvi com uma garota do Partido com quem eu outrora pretendia passar apenas uma noite, como passei e passava com outras o tempo todo. Dessa única noite, nasceu sentimento, que vivi ao longo de algum tempo de longas discussões e maduros debates, e é claro, muito sexo. Cresci com tudo isso, mas não o suficiente.
A seguir, um retrocesso, ao me envolver com uma garota que não valia mais que o metal que recobre as tampas de bueiro do centro velho da cidade. O metal, ao menos, dá lucro aos ladrões de ferro. Dessa relação, tirei que bons orgasmos podem custar muito caro, se não forem obtidos com a pessoa certa. E que alguns envolvimentos devem ser encarados com ponderação. Ponderei, paguei e me recuperei.
Aí entrei na minha fase Camila. Essa, não preciso nem comentar... Depois de um tempão pensando que não diria mais isso, abri a boca para dizer que a amava. Não menti. Amo. A Camila representa meu maior avanço no que diz respeito a ser bem-resolvido afetivamente, minha maior dedicação e devoção a uma parceira, quase um casamento. Todavia, disse Vinicius, "e que eu possa me dizer do amor (...), que não seja imortal, posto que é chama". Acabou? Sei lá. Mas mais uma vez recebi um chamado da vida, que sussurrou em meu ouvido que eu deveria aprender um pouco mais sobre a convivência comigo mesmo, ver o que é que a tornava tão insuportável. Eu precisava ficar sozinho para ponderar sobre tudo o que vivi.
E cá estou eu, sozinho. Claro, não por completo, e é difícil pra quem está à minha volta entender o porquê que, cercado de tão boas e magníficas pessoas, não quero uma namorada. No presente momento, quero alguém para viver experiências boas comigo, mas não um relacionamento.
É por tudo isso que agora quem está à minha volta pode pensar que estou ausente. Pode ser a impressão que passa, mas é completamente errônea: estou mais presente que nunca. Para mim mesmo! Presente em minha vida, em meus pensamentos, no meu coração. Entendendo quem sou eu e para onde vou. Fechado pra balanço, fazendo inventário do estoque e de bens e preparando-me para a abertura do movimento contábil de 2007. Ausente e presente. Pura e simplesmente isso.
"Desperta-te, ou vai afogar-se". "Corta os pesos mortos". "Ame-se e deixe-se amar". Eis o que um ser iluminado disse para mim no começo de 2005, ano do Sadhana, ano do exercício e do crescimento. Ano do despertar. Teria sido 2006 o ano do corte dos pesos mortos? E 2007, será o ano do ame-se?
Ensinaram-me a admirar a rosa rubra como símbolo da vida, do útero e do nascimento, do coração pulsante dentro do peito que recicla e bombeia o sangue para todas as extremidades, por mais distantes que elas sejam desse diminuto órgão. A Rosa pode não ter estado em minha janela este ano como esteve ano passado, mas certamente esteve comigo em meu coração o tempo todo. Todo o tempo. O tempo todo.
Relendo os parágrafos acima, penso também que 2006 foi um ano onde entreguei-me à má escrita, deixando o tom jornalístico e dissertativo e incorporando o estilo emotivo, cheio de ecos, neologismos e com vocabulário quase pobre. Deixei de escrever para muitos, também, e passei a expressar-me somente para os mais próximos. É uma mudança, não um erro. E eu vi minha obra. E pensei que isso era bom.
Algumas pessoas norteiam suas vidas baseadas em experiências marcantes. Outras, no seu crescimento profissional. Outras, ainda, nas pessoas com quem se envolveram. Ainda existem as que não norteiam suas vidas e pensam que acordar e dormir é um simples reflexo do nascer e por do sol.
Não sei em qual dos grupos me encaixo, embora vira e mexe resolvam encaixar-me em algum grupo. Me divirto vendo os outros tentando categorizar-me, eis aí um exercício que as pessoas adoram fazer: ponderar sobre a vida alheia e dizer que isso e aquilo está errado e certo. Isso enquanto não olham para os próprios umbigos, enquanto pensam que suas próprias experiências podem servir de base para dizer como os outros devem viver. Isso considero erro, mas também aprendi que o que eu considero erro é erro para mim, e só pra mim. É minha opção de erro. Para ser erro de outrém, tem que ser opção de outrém.
Por fim, hoje, véspera de natal, que pra mim já não faz tanto sentido quanto fazia há 5 anos mas que ainda faz sentido -- principalmente por ser um quase feriado seguido por um feriado -- dia em que li e reli algumas monografias Rosacruzes e em que pretendo ainda reler o Eclesiastes, em que pretendo ouvir canto gregoriano e comer alguma carne branca na casa de uma tia com quem não convivo muito -- sim, porque há cerca de 2 meses voltei a comer frango, como parte da dieta que está me fazendo perder 1kg por semana -- dia que começou com algum sol batendo na minha cara e com a limpeza do meu novo arguilé de meio metro, dia cheio de pretensões e com final incerto, penso que mais que desejar Feliz Natal a todos, eu deveria e desejo do fundo do meu coração que todos apoderem-se do sentimento de ponderação e reflexão que eu mesmo assumi nos últimos dias. E que essa reflexão faça aflorar nos corações o que há de mais puro e sincero dentro de todos os seres.
Encerro com Oswaldo, que não conheço, mas tenho certeza que é Mestre: "e que minha loucura seja perdoada. Porque metade de mim é amor, e a outra metade... também."
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muita::intensidade

Não sou lá um grande curtidor de poesia, confesso, mas Metade, do Oswaldo Montenegro, é uma das poucas que gosto. Lembro-me dela quando penso em externar o que sinto: "que minhas palavras não sejam ouvidas como prece nem repetidas com fervor, apenas respeitadas como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimento".
Vivo de maneira intensa o tempo todo, mas mesmo assim, consigo distinguir algo como um padrão de ondas, ora menos intensas, ora mais intensas. Certamente, estou em um período mais intenso... Não muito: amo, apaixono-me, tenho tesão incontrolável, tudo em um curtíssimo espaço de tempo. Há quem não separe esses sentimentos, mas pra mim, um é bem distinto do outro.
Essas paixões que vivo, por exemplo, são algo intenso e passageiro, como uma gripe. Dificilmente deixa sequelas. O tal do amor já é um pouco menos intenso, mas duradouro, calculista e profundo. Esse sim, marca. O tesão, bem, o tesão é desnecessário explicar.
Algumas pessoas apareceram de maneira inusitada em minha vida e já vieram para causar estragos: não fosse eu um homem vacinado, com um coração escolado, estaria lascado. Essas últimas semanas também foram as semanas dos reaparecimentos, com pessoas que estavam sumidas (algumas há anos), e resolveram dar as caras. Ah sim, e além das "pessoas" não-nomeáveis, tem a Camila -- cujo nome já explica tudo.
E tudo isso para daqui a uma semana eu largar tudo e ir para a Argentina. Porra, só Deus sabe como preciso disso!
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fim de semana

Fim de semana em que descobri o Second Life, em que fui para a festa do banco, em que tive uma briga homérica com a Camila que me deixou muito magoado.
Mas, mais bizarro que tudo isso, foi sair de casa para visitar meu pai hoje e, na volta, parar na estrada por mais de duas horas dentro do ônibus, até descobrir que um acidente de grandes proporções (envolvendo 2 carretas e cerca de 10 carros) parou a Fernão Dias completamente. O prazo para liberação da pista seria de 8 horas.
Perguntei a distância de Mairiporã, a próxima cidade. 10 km, me respondeu o companheiro de poltrona. Lancei-me então a caminhar pela estrada, rumo à cidade, e chegando lá -- após os 10km, em 1 hora -- descobri que só sairia um ônibus pra SP às 23h, ou seja, teria que esperar bastante. Peguei então um ônibus pra Franco da Rocha, e de lá, um trem. Cheguei às 23h40 em casa, são e salvo. E seco: tkz god, não choveu!
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strange feelings...

Sentimentos são estranhos. Imotivados, irracionais, cegos e burros. Se apoderam de nós imotivadamente, tornam-nos insensatos e fazem-nos fazer coisas absurdas. Podem ser pessoais ou impessoais, mas dificilmente são explicáveis.
O fato é que eu sinto algo completamente estúpido, me sinto idiota sentindo isso, mas é inevitável. Permitam-me compartilhar: eu odeio chuva. Com todas as minhas forças, com toda a minha alma, com todo o fervor, com todo o meu coração, eu odeio chuva. Fodam-se os animaizinhos, fodam-se os leitos dos rios, foda-se a poluição. Foda-se, foda-se e foda-se. Eu odeio chuva.

E quem mora na maldita cidade onde moro, sabe o que estou dizendo.

(ps, nada a ver: saudades da Camila, da Camila por quem me apaixonei)
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estress::x::sossego

Já viu mudança de casa? Mudança de banco é infinitamente pior. Sexta-feira passada começamos a empacotar as coisas, a mudança foi feita no final de semana, e segunda-feira, a agência estava funcionando a todo vapor num novo
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fit:bd - II

Ainda na guerra contra o mal condicionamento físico: determinei que toda vez que sentir uma vontade incontrolável de comer chocolate, vou comprar o chocolate! E dar para a Camila...
Ela, afinal, tá bem condicionada.
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fit:bd - I

Há pouco mais de 3 meses, meu condicionamento físico só vem piorando. Sinal do stress diário que meu empregador me dá de brinde junto com os baixos salários e pressão por atingimento de metas (inatingíveis).
Resolvi reagir. Estou voltando aos meus bons hábitos alimentares -- isso significa, para quem me conhece, que estou mesmo voltando aos bons hábitos, e pra mim não existe meio termo, comecei a Bio Ritmo e começo um acompanhamento com endocrinologista (uma gaúcha linda e espetacular).
Quando meu condicionamento físico estiver satisfatório, quem sabe até volto para o Yoga com toda a disciplina que ele exige! =]
Dia estranho esse... Clima pesado, seguido por uma mensagem ainda mais pesada do superintendente à agência, seguida por bate-papos triviais no msn. Aliás... Ingênuo da minha parte pensar que o dia acaba assim...
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intensidade

Dia de intensa atividade intelectual, que evidencia-se não só nas conversas que travei, mas na quantidade -- e nos posts -- que escrevi logo abaixo. Ontem a noite, celebrei meu aniversário e, um tanto alterado, escrevi dois textos, um no fotoblog, outro aqui. O daqui me pareceu fazer mais sentido... Hoje de manhã, ao acordar -- e perder o horário da academia -- escrevi uma crônica, baseada em um sonho que tive.
A propósito, tive que censurar parte do post sobre meu aniversário, que desagradou a Camila: apesar de saber da sinceridade do meu sentimento e da minha convicção em estar com ela, ela ainda insiste em ter ciúmes sobre qualquer menção que eu faça ao sexo feminino.
Também recebi reclamações sobre falar pouco dela. Pudera: enquanto parte de mim, às vezes esqueço de falar o que acontece comigo e só falo o que acontece à minha volta. A Camila não é minha volta, é meu centro.
Por fim, narro uma cena bizarra: na Pça Dom José Gaspar, um "fantasiado" à la 31/10 tentou assustar um transeunte, que revidou com um altíssimo "BU" e assustou o monstro!
É isso.
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o grito

Curta crônica de uma paixão natimorta

Hoje tive um sonho...
Nove e meia da noite eu estava sentado em uma das muretas do metrô República. Marquei com ela as nove -- mas quem se importa? Encontrei-a linda, tão linda como nunca lembrava. Também, não tinha muito como lembrar, só a tinha visto uma única vez.
Devo meu tom estupefato aos meus tolos sentimentos. Era para ser só mais uma, não para ser única. Dispensaria a ela o tratamento padrão: bar, balada e mi casa. O ciclo de uma noite "perfeita" e bem resolvida padrão. Padrão porque se repete, perfeita porque sai como o planejado.
A noite é como um cavalo, mas você nunca sabe quem ele é. Às vezes, dócil, caminha com obediência pelas estradas que guiamos, só parando nos pastos que permitimos. Outras, completamente selvagem, arranca sua sela com furor e nos joga ao chão, fazendo acompanharem-no a pé ou tentando recuperar a montaria. Assim, como a segunda, foi aquela noite.
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23

Já disse no fotoblog que há 23 anos atrás, respirei pela primeira vez. Já contei também que não fosse ter deixado a chave na mão da Camila, hoje não teria festa -- era esse meu intento inicial. Também dissertei um pouco sobre o tempo, dizendo que ser mortal só é possível se houver tempo, numa teoria simplista e maluca.

Não sobrou muito para dizer aqui.

Então tenho que contar que quem me deu o primeiro "feliz aniversário" foi uma garota fantástica que conheci na sexta -- com quem travo conversas de altíssima qualidade todas as noites em que estou inspirado, e prefiro nem conversar quando não tenho inspiração --, que achei um barato as pessoas me mandando scraps diferentes, cada um passando uma mensagem personalizada distante dos tradicionais, padronizados e modelados parabéns à você, que passei um dia do cão no banco ficando com dor de cabeça o dia inteiro, que tomei sorvete com uma garota que sabe ser interessantíssima -- mas pra mim não pode ser, já que optei por me interessar por apenas uma --, que tive outro dia de cão no último dia de curso no Senac, e meu projeto ficou uma bosta.
Enfim... Que meu aniversário foi mais um dia com peculiaridades como qualquer outro, e que a única coisa que o fez diferente foi o esforço das pessoas à minha volta em fazê-lo assim.

Então, acho que o Feliz Aniversário não é para mim. É para aqueles que estiveram comigo hoje, que participaram de alguma forma, e que fizeram esse 30 de outubro um dia diferente e mais peculiar que o habitual.
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Apesar de você

Se hoje sou politizado, ou penso ser, devo o que sei à experiência que adquiri como parte consciente do movimento de massas. Me inseri no ativismo sindical em 2003, quando tomei posse no banco (empresa meio pública tem dessas: a gente não é contratado, toma posse) e, com poucas semanas, entrei em greve. Aos poucos comecei a entender como tudo funcionava, que o PT com quem cresci já não era mais o mesmo e que no sindicato atuava como a burocracia contra a vontade das massas e pró-governista. Vivi de perto a experiência com isso quando, em 2004, defendi diante de alguns diretores do sindicato que deveríamos ir à greve, pois a massa iria aderir, e os diretores disseram que não acreditavam na força do funcionalismo. A greve aconteceu, e foi forte! No ano seguinte, acreditando um pouco mais nos bancários mas ainda colocando a governabilidade acima dos interesses dos trabalhadores, a greve foi defendida pela diretoria, mas boicotada desde o começo e, no final, foi fechado um acordo rebaixado a despeito da força da greve. E o mesmo aconteceu esse ano.

Minha experiência desses últimos 3 -- quase 4 -- anos também determinou minha adesão a uma organização partidária, a que me pareceu mais coerente com a vontade das massas e a realidade da conjuntura. Sou trabalhador, de classe média baixa, com educação mediana e medíocre, quase um ignorante. Todavia, faço parte de uma minoria, não a minoria das minorias, mas sou uma parte ínfima do povo que tem acesso à internet, ao ensino superior, à alfabetização, e faço em média três refeições por dia. Nem por isso devo ignorar os interesses da maioria miserável: ao contrário, penso que todos devem ter acesso ao que eu tenho e que eu devo ter acesso a outras coisas que só as minorias mais minoritárias que eu tem.
Aprendi também o quão ignorante é pensar que ações assistencialistas como abrir a minha casa para dar comida aos pobres ou criar cartões com um valor disponibilizado mensalmente são um combate de fato à miséria: ao contrário, são paleativos que servem para livrar o peso da consciência da minoria mas que tem uma mínima representatividade na construção de uma sociedade igualitária. Outrora já disseram que dar o peixe tira a fome imediata do homem: ensiná-lo a pescar, por outro lado, alimenta-o e à sua família por toda a sua vida.
A essa altura, nem preciso falar o que penso daqueles que concentram a renda e criam uma distância vertiginosa entre os ricos e pobres: por isso, qualquer partido que represente essa classe obtém de mim no máximo um riso sarcástico, ironias, ou desprezo -- embora não duvida da autenticidade, numa democracia, da representação dessas organizações.
É por isso que em 29/10, um dia antes do meu aniversário, vou votar 00 na urna eletrônica. É isso mesmo: voto nulo. Voto consciente, posicionado, politizado. Defendo o voto nulo enquanto posicionamento legítimo contra as duas alternativas apresentadas, que não contemplam e não representam meus interesses. Ambos não são favoráveis aos trabalhadores, ambos representam as elites (não é assim que o barbudo fala?), ambos defendem reformas que afetam diretamente ao meu bolso e favorecem diretamente aos cofres dos bancos e grandes empresas. Para que então escolher dos males o pior? Mal é mal, não existe "mais mal" ou "menos mal". O pior é mal, o ruim é mal. Morrer com um tiro na têmpora ou na nuca é morte certa: prefiro viver, mesmo que essa alternativa me seja cerceada. Defenderei a vida até a morte.
E apesar do PT, amanhã há de ser outro dia.
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Putaquepariu!

Que país é esse onde um sujeito eleito para defender os trabalhadores os trai e eles continuam votando nele? Que país é esse onde um sujeito promete um milhão de empregos e tudo que gera são bolsa-esmolas de R$30 pra famigerados e empregos de verdade só para a cúpula do partido e os famigerados continuam
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citação...

"A burguesia está muito bem servida nessas eleições. De um lado, ela tem Alckmin, o candidato Daslu/Opus Dei, com um programa neoliberal agressivo. Do outro, ela tem Lula, o operário padrão do imperialismo, que implanta o neoliberalismo com mediações. Sem Lula, a rejeição popular à FHC
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recordar é viver?

Fucei o Google a procura de nada. Eis algo bom para se fazer quando não há nada para fazer: fuçar o Google. Ele sabe tudo, ele vê tudo, ele lembra de tudo. De tanto fuçar, acabei encontrando coisas bizarras -- interessantes ou depressivas, prefiro classificar enquanto bizarras. Trata-se de blogs antigos de minha autoria... Por Deus! Acho que mudei um pouquinho desde então... Uma coisa é certa: sou a favor de ter a vida como um livro aberto, mas, acho que essa idéia de livro aberto era um tanto exagerada em mim antigamente...
Ah! A tempo... Não consegui ir pro Hopi Hari, só sabado!
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without speedy...

Outrora citei Arnaldo para dizer que dinheiro é um pedaço de papel. Ontem, no Templo Hare Krishna, ainda cheguei a pensar nisso enquanto comia a maravilhosa refeição vegetariana servida gratuitamente por eles todo domingo. Mas sabe que, apesar dos pesares, este pedaço de papel que vejo em grande quantidade quase que diariamente, esses números em uma tela que movimento com um simples "enter" no sisbb, eles tem valor de escambo nesse mundo louco. Em outras palavras: minha dívida de pouco mais de dois salários mínimos com a Telefônica acaba de ser cobrada da pior forma: cortaram meu speedy.
Ora, que me cortem o telefone, mas cortarem o speedy, isso sim me dá a sensação de estar inadimplente! Alguém quer fazer uma doação?
De qualquer forma, moro em um prédio que tem lan house no térreo, por hora, não estou completamente fora do mundo. Só não vou ter saco de atualizar o fotoblog! É uma pena, porque as fotos do ato ficaram muito, muito bouas!
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Jejum ideológico

Andei pouco inspirado para escrever, postar no fotoblog ou qualquer outro tipo de interação eletrônica nos últimos tempos. A vida é de fases, afinal, e a minha fase atual é essa. Todavia, de vez em quando alguns surtos inspirados aparecem, e tenho que aproveitá-los para preencher esse espaço e não assustar àqueles que pensam que, só porque estou sem telefone em casa, sem celular, e não tenho aparecido no msn, eu tenha morrido.
Vai ver esse surto é fruto da minha ressaca moral. Ontem saí para beber com o pessoal do banco e acabei gastando um pouco mais do que deveria -- e, certamente, mais do que eu disporia antes do meu salário normalmente. Tá certo que há tempos não bebo e há outro tanto não saio, mas descontar de uma vez só dá um pouco de remorso ao olhar o saldo da conta.Sem problemas, anyway. Dinheiro é um pedaço de papel, já dizia um tal de Arnaldo Antunes, e tão fácil como vai, vem, tudo dependendo apenas de tempo e um pouco -- só um pouco -- de esforço. E quando vier mais, quem sabe, eu compre um carregador para o meu celular e possa voltar a ser localizado em qualquer ponto da cidade, a qualquer hora.
A tempo: fotoblog atualizado, e em breve, com algumas fotos da exposição Bonecos do Mundo, que fui com a Camila no sábado... Com a cidade quente desse jeito, dá até gosto de sair de casa!
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Horóscopo (1)

O horóscopo de hoje deveria dizer:
Escorpião (24/10-22/11), dia importante para novas realizações profissionais e reconhecimentos, que devem ser encarados com cautela e desconfiança. Pense em como se comportar para fazer crescerem suas sementes profissionais. No amor, o dia será um desastre. Evite conversar com aquela pessoa especial, para não correr o risco de ser mal entendido. Tome um porre no final do dia ou, se não puder fazê-lo por estar se abstendo de álcool, vá para um bar com os amigos falar bobagens. Você ficará deprimido no final do dia, mas isso há de passar...
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Sorte do Dia - 2

"Ultimamente tenho preferido o estrago causado pela verdade à paz comprada pela mentira"

Já disse Marcelo Yuka que a paz sem voz, não é paz, é medo. Ora, que raios de paz é essa que precisa de mentira para manter-se? Entretanto, essa é a paz apregoada como "tolerância": tolere os segredos, tolere as pequenas mentiras, tolere tudo aquilo que pode te desestabilizar à toa.
À toa?
Ora, me parece que paz sem voz, não é paz, é medo. Se pensa que a verdade vai desestabilizar sua realidade, é porque sua realidade está construída sobre a mentira. E um barbudo já falou sobre castelos que são construídos sobre a areia, e facilmente derrubados pelo vento. Certo?
Há algum tempo eu tenho preferido ver o vento derrubar o castelo a pensar que ele pode estar construído sobre a areia. Prefiro assim. Isso porque tudo o que é derrubado, é falso. E tudo que mantem-se erguido, é alicerce, é real, e a verdade não pode destruir a realidade.
Essa paz, que mantém-se pela mentira, é a paz que eu não quero conservar para tentar ser feliz. Doa a quem doer, quero meu castelo sobre pedra. Firme. E real.
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do começo ao...


Findi daqueles superagitados. Começou com boulevard São Bento e o Hugão. Ainda na sexta, visitas ilustres em casa, com brisas memoráveis soprando na janela...

... no sábado, churrasco da Oposição Bancária, com a decepcionante falta de vontade dos milionários jogadores de pelada de ganhar da França, e fim de dia no Santa Isabel tomando Buscopan...

... no domingo, Almanara, filme repetido no DVD -- mas um bom filme, diga-se de passagem, e visitas inesperadas no final do dia. Eis o findi... Se a dor de cabeça não tivesse me acompanhado desde o começo do dia, juro q atualizaria o fotoblog...
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vamos a la playa

Depois de uma semana cheia e atribulada, nada melhor que um porre e uma praia...
Só quem tá próximo sabe do que tô falando.

So...
O porre já foi ontem. À praia, vou agora!
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fim de semana extendido

Feriado com show do Cordel, sexta-feira chuvosa, sábado de Parada Gay e domingo de jogo do Brasil... Nada a declarar! As fotos dizem tudo...
(tbd:fotoblog)
(tbd:album)
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domingo

Completamente diferente de qualquer coisa que eu tenha planejado, agora são 17h08 e fiquei em casa o dia quase inteiro. Só saí para encontrar o Raul no Café Floresta e, encontrando também a Aline por acaso, fomos comer um tempurá na República -- ou melhor, eu comi um cuzcuz...
Podia ter sido um dia mais agitado. Pena que não foi... Mas afinal, ainda não acabou! Agora recomeço a fazer tabelinhas para o liçãodecasa, espero que termine enfim.

3 da matina: terminei, enfim, as malditas tabelinhas... O resultado se vê aqui! Sabe que valeu a pena ficar tanto tempo aqui? Conversei com uma garota fantástica no msn -- leia-se, uma das mais lindas que já vi -- e descobri que ainda se batem bons papos com desconhecidas. E fui encontrado por um casal de amigos que não vejo há anos, mas que porra, faziam falta! Quem sabe vou viajar pra Curitiba para visitá-los?
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roda da fortuna

"No nível divinatório, a Roda da Fortuna prenuncia uma mudança brusca na vida, que (...) sempre traz o crescimento e inaugura uma nova fase da vida. (...) Assim, o Louco é atirado de seu pedestal e começa a descer na direção de sua própria sorte" (O Tarô Mitológico, Juliet Sharman-Burke e Liz Greene)
Os arcanos maiores do Tarot podem ser interpretados como a jornada do Louco -- o Arcano Zero -- ao longo das diversas etapas iniciáticas da vida, rumo ao Samadhi, simbolizado pelo último arcano, O Mundo.
Trocando em miúdos, esse livro centenário fala sobre os nossos caminhos e percalços, desde o instante da mais tenra inocência até os momentos de profunda consciência, passando pelas fases onde somos os seres mais diabólicos do mundo e nossos dias mais angelicais.
Osho já dizia que o verdadeiro homem bom é aquele que conheceu o mal e pôde optar por ser bom, pois aquele que sempre esteve no bem na realidade é um homem sem opção.
Hoje fiz uma alteração no meu profile. Alteração pequena, singela, que se não se olhar direito passa despercebida. Mas fiz alguns adendos importantes e complementares ao significado do texto que, como eu encerro lá, poucos perceberão, e aos que não perceberem, "lamento, quero que entendam algum dia".Me parece que essa semana encerra um ciclo confuso, mas importante, da minha vida. Estive com uma garota que me significou muito, despertou sentimentos que há muito não sentia e, quando eu menos esperava, apareceu outra, que me mostrou coisas ainda mais intensas e que eu acreditava menos ainda que sentiria.
Mas todo ciclo de intensidade é rápido. Ainda bem... Senão, eu teria 30 anos daqui a 24 meses... E, como manda a regra, todo ciclo de intensidade trás grandes aprendizados, esperança e novo fôlego para continuar. Puta merda, só eu sei como eu precisava desse fôlego.
Hoje é sexta, e minha casa está vazia. Gosto disso, hoje... Optei por não ter a casa cheia, ao contrário, na paz do meu lar agora tenho um ambiente propício para reflexão e fumar um arguilézinho -- que comprei na segunda. Hoje não vou me preocupar se amanhã terei trabalho pra limpar a casa, ou se tenho que tomar cuidado para que não abram um vinho chileno de estimação. Hoje eu vou zelar pelo meu respeito.
Daqui a pouco encontrarei (será?) grandes amigas. A primeira, que parece a Maria Rita, tornou-se importante pra mim estando presente nas gandaias mais agradáveis do último ano, e presenciando momentos que até hoje felicitam minha memória. A segunda é alguém que não vejo há anos, mas que esteve presente em momentos importantes e em ciclos intensos que me trouxeram respostas importantíssimas.
Assim é minha vida.
Todo dia tenho que aprender a me desapegar daquilo que acho que pode ser duradouro mas, na verdade, é eterno enquanto dura.
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ao menos se...

Sou o tipo de pessoa que pensa o tempo todo na possibilidade de largar tudo e curtir uma maneira alternativa de viver -- seja ela qual for. Estava pensando agora, ao menos se eu fosse provido de dotes artísticos na área da música, seria bem mais fácil sobreviver na estrada, seja com um violão, uma sanfona, um triângulo ou um bom gogó.
Porra... O Grande Barbudo resolveu tornar as coisas mais difíceis pra mim... Ao menos não precisou me amarrar uma âncora!
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Sorte do Dia - 1

"Às vezes os retrocessos aparecem fantasiados de avanços" .
A idéia essencial não é minha, visto que alguém já disse outrora que aparecerão lobos vestidos em pele de ovelha -- ou cordeiros, ou algo que o valha. Mas com essa semântica a frase aplica-se à minha fase atual.
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domingo, santo domingo

Escapa ao meu conhecimento o motivo pelo qual o Geocities maldito tirou minhas páginas do ar. Mas, sem problemas, era só um "sample" mesmo dos trabalhos que já estão divulgados no lição de casa...
Anyway, depois de muito trabalho, dois companheiros de partido vieram aqui para casa para a tradicional reunião de núcleo. Depois de intensas discussões sobre a postura do P-SOL diante da nossa proposta e sobre nossa estratégia para a campanha eleitoral, saímos daqui para uma merecida cerveja no árabe aqui da esquina (da Ipiranga com a Consolação).
Uma cerveja leva a outra, e a outra, e a outra, e acabamos passando no Refúgio para tomar a saideira... O resultado é de se imaginar...
Santo domingo, esse!
Ah sim, ofereci um brinde no árabe à garota fantástica com quem estive de sexta pra sabado. E fiz questão de avisá-la por sms...
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europa de madrugada


Domingo, 1 da matina. Mereço estar trabalhando ainda?
Mas cá estou, no batente, criando tabelinhas para o lição de casa.
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it´s about life

Não tenho grandes pretenções machadianas, tampouco penso que sou um grande escritor. Ao contrário, sou ciente de minha posição medíocre com relação a cultura e à escrita, além de conhecer plenamente minha capacidade limitada de expressão.
O fato é que, de uma hora pra outra, senti falta dos tempos em que eu escrevia um pouco mais sobre a vida, sobre o que penso, sem o compromisso de colocar uma foto (como no fotoblog) e sem ter uma rede pública que acompanha tudo o que posto. Essa é a minha intenção aqui.
Outra coisa também é verdade: já não mais sou o Filipe do sóparamaiores ou do uniquetbd_blog. Talvez não totalmente... Ainda existe em mim muita coisa de outrora, mas os pudores também aumentaram, talvez por causa do puritanismo dos que me cercam... Então já não posso mais falar abertamente das cafagestagens e sacanagens, e possivelmente terei que ser muito mais eufêmico quando falar sobre meus relacionamentos amorosos... Uma pena.
Por fim, vou tentar manter aqui um fiel relato do meu dia-a-dia, até porque isso é um bom exercício para recordar no futuro (é o que faço com meus blogs antigos). Quem sabe assim posso conhecer um pouco mais de minha metamorfoseante cabeça e meus inconstantes sentimentos. Quem sabe...
 
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