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Planetek: Estragando uma idéia que é boa

Lembro-me de quando, na primeira agência que trabalhei no banco, apareceu o projeto de um cartão que substituiria os famigerados bilhetinhos de papelão do metrô e integraria toda a malha de transportes da cidade.
O banco perdeu a disputa mas o cartão foi lançado. A partir de 18 de maio de 2004, o bilhete único da Caixa começou a ser distribuído para os paulistanos: podia ser comprado na lotérica, em postos da SPTrans, etc.
A tarifa dos transportes mudou bastante desde então. Hoje, pegar um ônibus em São Paulo custa R$2,30. Em Buenos Aires, cerca de R$0,50. Do nosso metrô para o dos hermanos, a diferença é mais ou menos a mesma na tarifa. Mas existe algo de novo para piorar ainda mais os nossos transportes: a Planetek.
Estes são os responsáveis por aquelas malditas cabininhas instaladas no metrô, que quando podem comportar 8 atendentes no geral só tem um trabalhando. Também são eles que disseram no Estadão todos os dias que "na maioria das estações de Metrô você pode pagar a recarga com cartão de débito" mas, desde Setembro, isso não existe.
Vou continuar com uma série de posts falando sobre a qualidade dos serviços prestados a nós e dos quais nós, usuários de transporte público, estamos reféns.
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Satiagraha

Desacordo entre a PF e a Abin? A Agência Brasileira de Inteligência só pode ser "inteligente" até certo ponto -- o que não mexa com banqueiros e a corrupção instaurada em todas as instâncias do governo? Foro privilegiado que se estende além dos limites estabelecidos pela carta magna?
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Ainda não digam "Oi" para os paulistas


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La Morena (Son Jarocho)

del Anónimo popular

¿Como te llamas morena?
Me llamo Juana María
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Pedinte Pagante

Atualmente, voltei a morar na Zona Norte. Isso aconteceu porque, depois que voltei de Ouro Preto, meu contrato no Copan estava para vencer e, com uma proposta de reajuste que chegava a quase 65% do valor anterior, optei por não renová-lo e começar a procurar um novo lar.
Fiz algumas descobertas interessantes. Descobri, por exemplo, um apartamento de 30m² que custava R$90 mil, na praça Roosevelt. O metro quadrado no centro de São Paulo, este lugar tão seguro, limpo e bem-apessoado que amo está custando quase R$3 mil. Concluí que talvez não fosse uma boa hora de empenhar meu rico dinheirinho em um bem que não se pode mover. Optei então por continuar depositando meu dinheiro na conta bancária de alguém que já investiu outrora e agora está tendo retorno com pessoas que, como eu, precisam de um teto para dormir. Foi aí que descobri que essa não era lá uma tarefa tão fácil.
Alugar um apartamento no centro de São Paulo, por exemplo, é tarefa para investigadores do DEIC. Os corretores facilmente se enquadrariam no artigo 288 de nosso código penal, aquele que fala sobre "associarem-se (...) para o fim de cometer crimes". Visitei cerca de 30 apartamentos, dos quais uns 8 me apeteceram: quando apareci com a documentação requisitada no dia seguinte ou horas depois, apesar da garantia de que eles estavam disponíveis -- e da "caixinha" que alguns me pediram indiretamente para "segurar a chave" -- eles já estavam alugados.
Uma imobiliária reteve a minha documentação durante uma semana e me chamou, questionando o imóvel da fiadora -- minha mãe, por acaso -- dizendo que ele estava alienado. Li a escritura para a simpática atendente -- tão simpática quanto um microônibus boliviano importado do sul do Brasil -- frisando a cláusula que cancelava a alienação dada a quitação do financiamento. Ela então perguntou novamente o CNPJ da empresa onde eu trabalhava, perguntando se era uma empresa conhecida.
Mostrei minha carteira de trabalho e, caso ela não conhecesse a referida empresa, a carteira funcional. Talvez ela conhecesse o logotipo do banco pelo Top of Mind, vai saber. Ela guardou a documentação e ficou de dar resposta em dois dias. Passaram-se sete quando eu voltei ao balcão para perguntar se eu teria que procurar uma imobiliária mais competente. Não voltei para saber a resposta.
Passado mês e meio de procura, me irritei, fiz uma aposta com um amigo e perdi. Entreguei o apartamento no Copan (depois de passar algum tempo pintando e fazendo festas de despedida -- inúmeras) e vim para a Zona Norte, me hospedar na casa da minha mãe enquanto esperava ter paciência de novo para mexer com esses mafiosos ou, quem sabe, esperar o metro quadrado do centro chegar mais próximo de seu valor real.
Há uma semana, comecei a procurar de novo. Hoje fiz três ligações: uma para um apartamento do centro, outras duas para apartamentos aqui da região. Em duas delas falei com a imobiliária, e noutra com o proprietário. Só fui bem atendido quando falei com o dono do apartamento.
Fiquei intrigado... Se os corretores e as imobiliárias nos tratam como pedintes, de onde é que eles recebem suas remunerações? Será que existem pedintes que, menos indignados que eu, paguem por este atendimento animalesco?

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Greve

Estou na Greve. Não estou fazendo greve, amparado pela lei 7.783 de 1989 e pela decisão da assembléia porque estou de licença ainda pelo INSS, sem condições laborativas como foi constatado pelo perito do
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Tributo à boa Medicina

"Ser feliz não é ter uma vida perfeita
Ser feliz é reconhecer que vale a pena a viver
apesar de todos os desafios e perdas
Ser feliz é deixar de ser vítima dos próprios problemas
e se tornar autor da própria história
Ser feliz é uma conquista
... e não obra do acaso."

(por Hellen Bispo)
Comentário: Porquê, afinal de contas, ser o "sujeito" da própria vida, o cógito pensante, exige muito mais que ser um mero joguete na mão do acaso e um "conformado" com a conjuntura que o cerca. Viver implica em viver.
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2 meses e 19 dias

Nascida em 17/07/2008, Rafaela B. Olivieri (assim que sair a decisão liminar). Vide album!
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Resultados

Passou o primeiro turno e, infelizmente, fui impedido de votar ou de fazer qualquer outra coisa que me tirasse da cama ontem -- ironia do acaso, fui tomado por uma crise asmática justamente no dia do pleito.
Era minha intenção fazer uma análise do processo, comentar a derrota do PT em São Paulo pelo Kassab, a votação do Cyro Garcia do PSTU no Rio -- mais votado que o Babá, e outras coisas, mas acho que me falta oxigênio no cérebro para fazê-lo.
Reproduzo então a análise feita pelo Gravataí, quanto à derrota do PT: não bastasse a Marta "Relaxa e Goza" ficar em segundo lugar, ao contrário do que indicou o Datafolha e o Ibope, o vereador mais votado da coligação (e o terceiro mais votado em São Paulo) foi o Netinho de Paula, o pagodeiro que bate na esposa de vez em quando. 84 mil votos, será que a favor do fim da vigência da Lei (federal) Maria da Penha no município?
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Campanha:2:Pasárgada

E, a propósito, estamos cá de novo diante de um processo eleitoral. Viciado, como sempre, com os candidatos que encabeçam a pesquisa -- e provavelmente vão levar a faixa da vitória -- fingindo que tem grandes diferenças políticas entre si. El pueblo, de boa memória e vastíssima cultura, consegue discernir que qualquer desses candidatos eleitos vai continuar com as maravilhas que podemos ver no dia-a-dia da nossa cidade, onde se erradicaram os moradores de rua dando-lhes emprego, legalizaram os ambulantes sem tributar-lhes abusivamente, não existe tráfico de drogas e a violência anda tão baixa que a polícia quase não precisa sair de seus bunkers.

Que bom que estamos nesse cenário e, assim, qualquer um dos candidatos que encabeçam as pesquisas é uma boa opção. Afinal de contas, se não estivéssemos, poderia ser necessário investir na educação para criar pessoas mais conscientes, que no mínimo não tivessem perdido o poder de se indignar se fossem roubados, tanto em um assalto de rua, quanto pelos seus governantes. Talvez fosse necessário também encarar de frente os problemas de segurança, sem demagogia e sem desviar a função original da Guarda Municipal. E é claro, por sorte nossos hospitais públicos funcionam muito bem: imagina o caos que seria se as verbas destinadas à saúde fossem reduzidas a tal ponto que o Estado não conseguisse atender às demandas do povo e os eleitores terem como opção ou pagar um plano de saúde -- aqueles que podem fazê-lo -- ou morrer esperando numa fila de hospital?
Eu, incoerente que sou, mesmo diante de tantas maravilhas, declaro meu voto em alguém que também ficaria indignado se o cenário não fosse esse, e, mais que isso, estaria na luta como vereador ou não contra uma hipotética conjuntura caótica. Um cara que não está no topo das pesquisas, porque afinal, a grande maioria prefere votar no Sergio Mallandro ou no Lacraia, já que não precisam de ninguém para defender seus direitos na cidade maravilhosa em que vivemos, então, que a Câmara vire um palco com artistas de fato.
Se as coisas ficarem ruins, se um dia deixarmos de viver nesse plano ideal, eu já estarei respaldado: dia 05/10, vou votar no Dirceu Travesso, 16016, para vereador.

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Das elocubrações às profecias


Vivemos em uma época interessante. Hoje, apresentados os fatos e pensando em tendências tiradas de fatos históricos (recentes ou não), fazemos análises. Outrora, faziam-se profecias. Profetas ou analistas, vira e mexe encontro textos datados de 2, 4, 8, 100, 800 ou 1000 anos atrás que parecem terem sido escritos hoje, levando em conta ou os fatos políticos que nos cercam, minha própria vida pessoal ou ainda a de outrém.
Corro o risco de repetir o que disse há pouco em alguns posts, mas preferindo citar outro autor,"mesmo que alguém afirmasse de algo: Olha, isto é novo! eis que já sucedeu em outros tempos muito antes de nós", ou ainda, dizer que há tempos, nada de novo se faz debaixo do sol. Para alguns dos leitores de Coélet no Eclesiastes, isso é profecia. Enfadonho ou não, é real, nada de novo sucede aquilo que nos antecedeu.
Mesmo no campo das paixões, de pathos, onde o ser humano parece às vezes provar que não é uma máquina lógica e matemática, às vezes me pego preso às mesmas elocubrações em que há anos estava. Minha memória pode ser falha, mas para isso servem os escritos. Lembrei-me ontem, por exemplo, de quando fui à casa dos Orixás e de lá escrevi (ou "des"crevi) aqui meu estado de espírito. Se tivesse escrito hoje, seria o mesmo. E nada de novo teria se passado embaixo do sol.
Os indianos chamariam isso de samsara, círculo. Falta-me conhecimento para dizer como os (filósofos?) ocidentais chegados à metafísica abordaram este problema, temendo eu que não tenham abordado, sem partir para a interpretação materialista. No oriente, existem diversas obras (?) dedicadas ao tema.
Tenho feito um experimento interessante nos últimos tempos e tentado me manter impassível diante de todas essas situações. Dosando paixão, mantendo a capacidade de análise e alerta todo o tempo. Estar impassível dentro de uma guerra, neste estado de espírito, significaria empunhar uma arma e lutar, e não sentar em cima da montanha e olhar os exércitos degladiarem-se. Significa identificar o curso do rio, seguí-lo, mas com conhecimento prévio de onde estarão as pedras ou as quedas d'água.

Na prática, procuro manter-me informado previamente sobre quaisquer armadilhas jurídicas conhecendo a jurisprudência -- afinal, não vivemos no mundo das idéias, vivemos no país da justiça que solta Daniel Dantas e queima o Protógenes --, já sei em quem vou votar e não acompanho as pesquisas, leio no jornal as coisas que me interessam -- a conjuntura internacional, economia, de vez em quando o caderno de cidades, e quando me sinto velho demais dou uma espiada no blog do Gravataí Merengue, que me dá esperança de que, quem sabe, as notícias do jornal de depois de amanhã podem ser diferentes -- logo que fecho a janela, a esperança se vai.
Enfim, mudam as pessoas, as construções, as tecnologias e continentes, mas continua fácil profetizar o futuro. Vai ser igual à hoje, continua igual a ontem. Se não existem três tempos (ontem, hoje e o "futuro"), então resta-me fazer no presente, conforme a profecia: 
"E, que o homem coma e beba, desfrutando do produto de todo o seu trabalho"
Comer, beber, trabalhar, lutar, principalmente para manter-se impassível. E todo o resto? É vaidade, e correr atrás do vento.

fonte: Eclesiastes (Bíblia de Jerusalém, Bíblia TEB)
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classificações e classificados

Hoje dei uma rápida espiada nos jornais. O Brasil marcou 3x0 no Chile. Meu Coringão segue rebaixado. A Marta, segundo o Datafolha, está com 40% das intenções de voto, segue com o sobrenome do ex-marido e a minha candidata a prefeita está com 3%. Alguns slides mais para frente, uma garota sem nome se inscreve para a Fuvest, o vestibular mais concorrido do país.
Exceto o fato do meu Corinthians, imaginei-me olhando para o mesmo portal, há exatos quatro anos. Acho que veria as mesmas notícias: o povo votando nos mesmos candidatos que lhe empurram o nabo diário, que não é para ser engolido pela boca, o Governo tentando desviar a atenção do povo para os escândalos que nos cercam com o panis et circencis, técnica antiga, usada desde os romanos, mas agora como matar gente pelos leões é não passaria pela câmara -- será?, usam o futebol, e os pobres vestibulandos já são condenados a níveis de estresse que antigamente só aqueles que trabalhavam há 20 anos em fábricas, bancos ou Hospitais chegavam -- Freud que o diga.

E porquê raios eu voto na candidata dos 3%, voto no vereador que estava comigo nas ruas, lutando e sendo preso ilegalmente pela polícia, lutando pelo direito dos trabalhadores bancários e contra o uso da máquina do sindicato pelo PT como braço do governo e dos interesses do mesmo, porquê nabos eu continuo torcendo pelo time da segunda divisão, porquê é que eu não larguei tudo e não mudei para Buenos Aires -- ignorando o lado financeiro, as aspirações dos meus pais e as inacabadas faculdades de Filosofia e de Jornalismo... Por que?
Há dois anos eu teria uma resposta pronta para isso e diria que acredito que a luta muda a vida, que não podemos cansar e desistir. Hoje já não sei se penso o mesmo. De qualquer forma, lembro-me de ter mandado há uns 10 anos atrás uma carta para Barbara Gância e ela ter me respondido que joga na loteria há tempos e nunca ganhou, mas continua jogando. Eu nunca jogo. Terça passada saí do metrô, entrei numa loteria e joguei na mega-sena. Por um número não acertei o menor prêmio.
É chato olhar as notícias de hoje e ver que elas continuam velhas. E quando se produzem notícias novas, como as de Dantas, elas simplesmente desaparecem. Ou como as da Abin -- puf, desaparecem, a cúpula sumiu, no seu lugar, um funcionário do Dantas, que como é desaparecido, esse também o é.

Estava é com medo de ver essas pesquisas. Medo de chegar a esta velha opinião formada sobre tudo. Medo de, como me disse ontem Geraldo Anhaia Mello, grande amigo (e ídolo) meu, que promoveu a exibição do documentário "Muito Além do Cidadão Kane", além de transformá-lo em um livro, medo de virar velho antes do tempo.
Agora já vi. Mas segundo Anhaia Mello, um homem justo, tenho duas opções, todos os dias, ao acordar. Amanhã... Não vi =). Amanhã vou acordar cedo e panfletar pelo meu candidato a vereador, na porta de banco. Afinal, talvez a luta mude algo. Mas sem ler jornal.

(tinha citado 2x0, segundo o UOL. Mas a Hellen me corrigiu, foi 3x0. Acredito mais nela que no UOL. Descartes me ensinou a ser Epistemológico, afinal =) ).
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Hiato

Para quem gosta de ler, enquanto não tenho produzido nada, um conto, inacabado, neste link.
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Setúbal

E seguindo a linha das postagens destoantes (minha nova pauta é Espinoza, que comecei a estudar agora então não arrisco falar bulhufas), chamou-me a atenção hoje a morte (ou desaparecimento? não posso destoar tanto dos
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Clandestino

Para quebrar o gelo, de Manu Chao, Clandestino:


Gosto musical duvidoso? Mensagens subliminares inseridas por alienígenas neste blog, só para quem fala espanhol? Estranho, muito estranho...
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Paixões da Alma, artigo 50

Confesso: estou sendo repetitivo falando desse cara, mas que posso fazer se é ele que tenho estudado neste último período? Vamos ver o que é que o crivo do "Editor" vai permitir sair no artigo...
Todavia, reproduzo abaixo um trecho que peguei num livreto de John Cottingham comentando as Paixões de
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Velhos Conhecidos

Destoando um pouco dos tradicionais "posts" do blog, relato-lhes uma breve e verossímil crônica que pensei não mais ser possível passar-se em uma metrópole como São Paulo. Talvez mais possível em ruelas de Ouro Preto, mas com detalhes faltantes que a tornariam inviável naquele cenário.
Passou-se na noite de ontem. O metrô fecha à meia noite e pouquinho, mas garante a baldeação -- sabe-se lá a explicação desse vocábulo -- entre as linhas só até essa hora. Os bancos fecham às dez. Os horários por si já evidenciam que o trabalhador dependente de caixa eletrônico e transporte público, aquele que recebe salário em conta e levanta pontualmente para trabalhar, deve ter hora para chegar em casa, sem atrasar-se. Para a diversão, reserva-se o final de semana, quando o metrô extendeu o horário de funcionamento até à uma da matina. Confirmam-se portanto as teses marxistas: depois da labuta, cama. Diversão, só de final de semana. Eu estava, portanto, contrariando esta regula máxima.
Citei o banco e o metrô porquê os ponteiros marcavam meia noite em ponto, meus bolsos continham uma nota de dois reais, uma moeda de vinte e cinco centavos e outra de cinco e um bilhete único com sessenta centavos, leia-se, inútil. As bilheterias do metrô, públicas, ficam abertas depois da meia noite. As que recarregam o bilhete único, privadas -- tais quais as companhias energéticas, telefônicas e vasos sanitários -- cerram-se invariavelmente à meia noite. Voltei, pensando ter encontrado um amigo de relance para pedir-lhe dez centavos emprestados e comprar o raio do bilhete do metrô, que custa dez centavos a mais que o ônibus, R$2,40.
O tal do amigo, que me cumprimentara alguns segundos antes, desapareceu. Quando eu ia subindo as escadas rolantes, já com o celular na mão pensando em acionar algum conhecido para pedir um leito ou, em último caso, dormir no apartamento recém-pintado em meio aos pincéis de tinta e restos de jornais espalhados pela casa, um rosto conhecido me cumprimenta, chamando pelo meu nome. Não me lembro bem, mas tinha alguma convicção de que o conhecia.
Relato-lhe que estava preso na Estação República, por uma incompatibilidade de horários e cálculos. Ele se oferece de pronto em pagar minha passagem. Extremamente grato, começo a conversar com ele, e pegamos o mesmo trem: eu iria descer na Sé, ele na Guilhermina-Esperança. Forço a memória, mas o máximo que consigo lembrar é que ele tem alguma relação com o banco. Gerente de Contas conhece muita gente, mas é mais conhecido que conhece alguém.
A certa altura da conversa, quando eu estava quase a desembarcar, ele me pergunta:
-- Você se lembra de mim?
Devo ter enrubecido, a esta altura. Ele percebeu. Tirou um bolo de cartões de visita do bolso, selecionou um, e me entregou.
-- Sou o João, gerente do Ponto Chic do Paisandú.
O mesmo gerente da mesma lanchonete que fui umas oito vezes, que sempre foi cordial comigo mas nunca pensei que se recordasse de mim. Chamou-me pelo meu nome, pagou minha passagem, lembrou-se de onde eu trabalhava e fez votos de que eu chegasse bem em casa. Que posso eu dizer? Mesmo não sendo assim tão religioso, tão bom cristão, tão assíduo frequentador de missas e igrejas... Que Deus lhe pague!
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jogos de dados

Um dia desses foi um dia interessante. Dia de chutada de balde, de baladas boas, de ressaca de dois dias. Mas um diálogo particular me chamou a atenção, sobre relacionamento e jogo de dados. Claro, não foi
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Para não dizer que não falei da "Mula"

Obs.: Link devidamente colocado no post da "mula". =)
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pintando::o::sete

Em outros tempos, por causa do título eleito, mais imbuído por uma influência esotérica e "mística" que posteriormente levou-me ao estudo da teologia e, depois, da filosofia, eu poderia começar este post falando sobre o sétimo arcano do sábio livro de Marselha, A Carruagem -- equivalente ao Carro, no Tarot Mitológico, o momento da decisão, onde se os cavalos não forem domados, cada um irá para um lado distinto e seu cavaleiro ficará impotente diante da situação que se apresenta. Vou usar como ilustração, e deixar o resto para o imaginário e para os "links" subjetivos. Mas não é essa a proposta: hoje eu, bancário há 5 anos, atualmente licenciado, resolvi que eu mesmo pintaria o apartamento que tenho que entregar, utilizando-se de meu próprio ferramental e know-how.
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mula::sem::cabeça

As cidades do interior de Minas Gerais tem algo de bastante curioso. Pode ser que eu tenha viajado pouco pelo interior de São Paulo, mas em Minas se encontram cidadezinhas de 5 mil ou 10 mil habitantes, ouvi dizer até que Minas é o Estado que mais tem municípios. Qual é mesmo o critério que leva um povoado a ser considerado município?
Tenho blog há muito tempo (claro que não é esse), desde a época de cursinho, com pretensões – eis aí um vocábulo bem catado para designar o porquê de eu mesmo ter um blog – Machadianas. Explico: na época em que eu freqüentava cursinhos, um dos professores de literatura me disse que um dos segredos para escrever bem era escrever sempre. Por isso, o citado acima tinha um diário, onde escrevia desde a menor baboseira até a maior sacada. Duvido que ele escrevesse baboseira. Já eu mesmo, receio que nunca chegue nas maiores sacadas.
De qualquer forma, morando agora em uma casa de família – ora bolas, é a minha família – escrevendo sobre a Mula-Sem-Cabeça para um portal de Educação, lembrei-me da época das minhas viagens para Minas Gerais. Isso porque não consigo imaginar uma mula que solta chispas de fogo pelas narinas e pela boca -- é o que chamam "paradoxo do absurdo" -- correndo por ruelas ou por colinas galopando e aterrorizando os moradores da Avenida Ipiranga ou do Edifício Copan, onde eu vivia. No máximo, seria perseguida por viaturas do Tático ou da Rota, e não tardaria a ser montada por um bêbado saído da Love Story, o que mataria séculos e séculos de um rico e valioso imaginário popular.
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conhecimento:::verdadeiro?

Noite engraçada de domingo, "dominus dei". Eu iria assistir um filme Almodovar, que me lembro de ter assistido outrora, em 2006, quando foi lançado. Na primeira cena de sangre, todavia, desisti, meu estado de espírito
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Yaksha

Do sânscrito, यक्ष (em devanagari), yaksha é uma categoria de espiritos da natureza, no geral benevolentes, guardiões de tesouros escondidos na terra e nas raízes das árvores. Eles aparecem na mitologia Hindu, Jainista e Budista.
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om::namah::shivaya

Há algum tempo tatuei no meu braço: "om namah shivaya" -- no devanagari, ॐ नमः शिवाय. Sendo muito simplista, na trindade hindu, Brahma simboliza a criação, Vishnu a permanência e Shiva a transformação, ou destruição. "Om
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trechos&bate-papos

TBD ::: O Cão diz:
Olha só...
TBD ::: O Cão diz:
Se não estivessemos usando (...)
TBD ::: O Cão diz:
estaríamos nos entorpecendo com nossos próprios hormônios
TBD ::: O Cão diz:
para deixar de enxergar a tristeza e o vazio que nos toma

Um breve comentário: algumas pessoas passam a vida embriagando-se com trabalho, outras com o sexo, outras com o alcool. Já eu preferi não me embriagar, e percebi que estou cercado de bêbados -- não os que sabem, mas aqueles que pensam que não estão.
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dois comentários

peso

Em que cidade da Europa um café com leite pode custar R$3 e um pão integral na chapa R$2?
Com livre arredondamento de centavos, estou falando da Padaria Santa Efigênia, que apesar do nome fica no térreo do Edifício Copan. Hoje percebi, portanto, que meu café da manhã custa R$5. Num mês de 30 dias, R$150. Num ano, cerca de R$1800.
Acho que tô pagando caro.

medida

Sou um admirador de formas, é fato. Adoro as curvas do Copan, as de fora e do corredor do bloco b. Gosto dessa foto, os Caracoles, no meio dos Andes, entre a Argentina e o Chile. Sou fanático, sobretudo, pelas curvas femininas. É incoerente, todavia, que neste inverno os cachecóis e sobretudos estejam me chamando tanto a atenção. Hoje no metrô deparei-me com um belíssimo par de olhos verdes e um cachecol cor-de-rosa. Nem reparei na loira que portava tudo isso. No sábado, um sobretudo preto chamou minha atenção durante toda a noite. Dessa, peguei o telefone.
Esse gosto é novo para mim.
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ao chefe

Em um momento frio -- literalmente frio, na Lan do térreo do Copan que virou meu Q.G. de Internet desde que voltei para meu velho (e bom!) apartamento (alugado), com a mente entorpecida pela temperatura como se minha caixa craniana fosse uma blusa de lã penetrada pelo vento, puto por ter o fim da minha noite de ontem alterado pela chuva (e pelo frio que perdura e ecoa nesse post!) -- mas o começo da noite foi bom, vide fotos do aniversário do Void --encaminho aos responsáveis pelas alterações climáticas um pedido justo. Faça-se chegar ao destinatário.

À Administração do Mundo

Prezados Senhores;

Venho por meio desta requerer a gentileza de desativar o ar-condicionado central da região sudeste do Brasil. Aproveito a oportunidade para requerer que as chuvas caiam só nos leitos dos rios, nas nascentes e nos mares, que todas as noites sejam quentes ou frescas e, se possível, que a semana tenha duas sextas-feiras.

Agradeço antecipadamente;
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itinerário::diário

o que faço todos os dias quando entro na internet?

Bem... É óbvio... Primeiro, checo o orkut. Em seguida, gmail.

O que poucos sabem (não que seja realmente interessante) são os rumos que minha navegação toma a seguir, fundamental para pautar as conversas que terei ao longo do dia. No meio do (monte de) lixo virtual, alguns sites eu visito com certa periodicidade e até em determinada ordem:
  • 1o.: UOL (Página Principal) - no geral, desta página, sou levado ao novo portal de notícias, onde costumo checar pautas sobre atualidades, política, economia, educação, e a coluna do oooops! (sim!).
  • 2o.: Kibeloco - se é de humor, e é bom, está aqui. Campeão das boas criações -- ou plágios, o Tabet reúne no seu blog tudo o que é necessário para se inteirar de todas as boas piadas em português -- ou não -- que estiverem rolando na rede.
  • 3o.: Arrastao - Blog da Janaina Leite, comentando atualidades. Excelente.
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    Aquele que vem de Roma

    Escutando essa música, sou tomado por um romantismo desmotivado e desprovido de recordações. Me falta o objeto do romantismo, mas que ele existe dentro de mim, existe. Mesmo que poucas acreditem =). Hehehehe

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    Ponte Nova

    Agora parece que as coisas começaram a evoluir. Consegui sair de Ouro Preto e, neste exato momento, estou em Ponte Nova (MG). Escrevi um texto para a Nossa Caixa repudiando a demissão do Dirceu Travesso,
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    reviravoltas

    Esse ritmo de vida me mata. Atualmente, sigo duas vidas paralelas e não concomitantes: uma delas, em São Paulo, onde preciso arranjar onde morar, entregar meu apartamento no Copan e onde está o meu cachorro. Outra em Ouro Preto, onde vou devolver a casa que alugo aqui, vender os móveis e ir embora.
    Basta! Paro por aqui..
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    jejum:ideológico:2

    Os jejuns ideológicos estão se tornando marca registrada desse blog. Pudera: creio que cada vez mais tenho ficado sem tempo para escrever, tantas são as coisas que tenho encontrado para preencher meu tempo livre. Parece ser próprio de minha natureza estar ocupado o tempo todo, o que minha psiquiatra chamou de hiperatividade. Vou discutir isso com uma psicóloga semana que vem =].
    Neste entretempo -- e vou tentar parar de usar essa palavra seja com sufixos ou prefixos, já que odeio "eco" --, desde a última postagem, aconteceram diversas coisas: natal, revellion, carnaval (todos devidamente linkados para seus albuns no Picasa). Vê-se, aliás, que a despeito da minha falta de vontade de escrever, tenho registrado fotograficamente com muito mais afinco os acontecimentos do meu dia-a-dia. Seria uma ânsia de perpetuar-me para as gerações pósteras -- talvez antevendo que eu não vá durar muito?
    Alguns breves comentários sobre estes feriados: no natal, reuni em casa grandes amigos de pouco tempo, fizemos uma grande ceia e celebramos a nosso modo o nascimento de Cristo. No revellion celebrei com amigos de mais longa data a entrada do ano-novo, na minha antiga quitinete no Copan. Pasmem: couberam cerca de 30 pessoas lá dentro, batendo meu antigo récorde de 25. Pouco depois, voltei para Ouro Preto em dúvida se continuaria em terras mineiras ou voltaria a viver em Sampa. Decidi por continuar aqui, e presenciei um dos melhores carnavais de todos os tempos, comparando com São Paulo e Rio. Pena não poder narrar os fatos inenarráveis, sob pena de ter a rescisão unilateral de meu contrato de namoro.
     
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