A revolução no Egito foi vitoriosa ao derrubar Mubarak, mas ainda existe muito a avançar. Nem todas as reivindicações do povo foram atendidas: em especial, a queda de todos os líderes ligados ao antigo ditador e a libertação dos presos políticos. Além de novas prisões e torturas ocorrendo no país, o governo de transição manteve no poder Mohamed Hussein Tantawi, ex-general de Mubarak, reconhecido pelo próprio governo norte-americano como um dirigente conservador.
O povo está em festa até agora, mas existe uma forte pressão, tanto internacional, como das forças armadas, para limitar a revolução. "O povo trabalhador está alerta. A bruxa ainda está solta, vamos ver", diz Fábio Bosco, enviado da LIT-QI ao Egito, com exclusividade para este blog. "Já houve um primeiro triunfo, agora se disputa se a revolução para ou avança, isso não está claro. O governo, o exército, o imperialismo [e] os partidos burgueses de oposição querem parar o processo", complementa.

Apesar da conjuntura indefinida quanto aos rumos que a revolução deve tomar, Fábio diz que é difícil que os fundamentalistas assumam o governo do Egito, como aconteceu no Afeganistão no passado. "Os fundamentalistas aqui são muito fracos. A irmandade muçulmana é neoliberal, e a ala que prevalece não é fundamentalista", explica. "A massa é contra o imperialismo e contra Israel, mas os partidos burgueses, entre os quais a irmandade, querem só uma convivência pacífica".
Face à conjuntura atual, os trabalhadores egípcios ainda não estão satisfeitos e seguem na luta. Derrubar Mubarak foi o primeiro passo. Mas só o primeiro.
(agradecimento especial ao Fábio Bosco)
Fontes: http://www.pstu.org.br/
(Samir Naïr, in: http://www.outraspalavras.net/2011/03/11/o-grande-retorno-do-egito/)
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