A linha

Há muito (ou pouco) tempo, uma mulher me levou à loucura. É uma boa frase, pensada no leito entre as reviravoltas insones que precedem meu tradicional bom sono. Devo ter dito aqui -- ou não -- outrora que a linha entre a sanidade e a insanidade é muito tênue, e andar sobre ela é estar correndo risco constante de ir
para qualquer dos lados. Me disseram no começo dessa semana que a sensação de onipotência nos faz acreditar poder ficar sempre "na linha", mas ora, os velhos teólogos pregam que a onipotência não está na mão dos homens.
A vivência mostra que a linha não é um bom lugar para se estar. O controle pode estar a um passo do descontrole, e a sanidade, da loucura. De qualquer forma, como em um experimento físico (campo do qual sou desconhecedor), nas condições imaginárias podem não existir forças que influam sobre o objeto e assim ele vai permanecer sempre ali, mas transportado para o mundo sensível o mesmo experimento pode ter a gravidade, o atrito, a mínima inclinação do plano ou qualquer outra coisa que vai fazer o mesmo objeto pender para um dos lados.
Deixando de lado a verborragia, deixo registrada a música que me fez pensar sobre isso hoje, enquanto fazia um creme de cebola com muzzarela que eu gostei bastante. No youtube, aqui. Um pouco de romantismo excessivo, admito. Mas, como disse Stanley Ipkiss, sou um romântico incorrigível...


Você Passa, Eu Acho Graça
Cássia Eller
Quis você pra meu amor
E você não entendeu
Quis fazer você a flor
De um jardim somente meu
Quis lhe dar toda ternura
Que havia dentro de mim
Você foi a criatura que me fez tão triste assim
Ah, e agora você passa, eu acho graça
Nessa vida tudo passa
E você também passou
Entre as flores, você era a mais bela
Minha rosa amarela
Que desfolhou, perdeu a cor
Tanta volta o mundo dá
Nesse mundo eu já rodei
Voltei ao mesmo lugar
Onde um dia eu encontrei
Minha musa, minha lira, minha doce inspiração
Seu amor foi a mentira
Que quebrou meu violão
E agora você passa, eu acho graça
Nessa vida tudo passa
E você também passou
Entre as flores, você era a mais bela
Minha rosa amarela
Que desfolhou, perdeu a cor

Seu jogo é carta marcada
Me enganei, não sei porquê
Sem saber que eu era nada
Fiz meu tudo de você
Pra você fui aventura
Você foi minha ilusão
Nosso amor foi uma jura
Que morreu sem oração
E agora você passa, eu acho graça
Nessa vida tudo passa
E você também passou
Entre as flores, você era a mais bela
Minha rosa amarela
Que desfolhou, perdeu a cor

Não passou. Mas vai.

1 comentários:

Anônimo disse...

Nossa ainda nesta Linha!!! Esquece o passado que o futuro é sempre uma surpresa!!!

É hora de abrir uma Skol...

Rssss...

Se cuidaaaaaaaaa!!!!

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