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Minha

Te vejo
Te toco
Te sinto
Meu sonho,
Em mim mesmo.
Profundo.
No fundo, no fundo
Te tenho
Te pego.
No mundo, por hoje
Desejo.

(esse ainda está em construção -- dedicado à A., que me inspirou)
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Rio: mais de 600 mortos. Nenhum culpado.

A região serrana do Rio já contabiliza mais de 600 mortos por conta da tragédia "causada pelas chuvas". O governo joga a culpa nas intempéries, e assim, o culpado é o céu, São Pedro, Deus, ou o que o valha. Ninguém que possa assumir a culpa.
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Hipócrita Saudade

Saudosismo torpe!
Prefiro que meus braços não abracem,
que eu esteja só, acompanhado.
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Enchente: muito além de um desastre natural

Geraldo Alckmin disse (de acordo com o UOL), que as obras contra as enchentes "não ficam prontas em 24 horas". Sabe, tenho total acordo com ele. Não podemos esperar do Estado que, em plena época das chuvas, construam piscinões ou o que o valha para combater as cheias.
O Estado já tinha que ter feito isso! Muito se fala das pessoas que "moram em área de risco", atribuindo-lhes a culpa de ser vítima dos desastres naturais -- uma vez que o Estado já tinha avisado que a área em questão não deveria ser habitada. Pois bem... Se a área é de risco e o Estado não vai investir em infraestrutura para combate às enchentes no local, para onde vai o dinheiro do IPTU e, sobretudo, dos impostos cobrados na conta d'água, em especial, aquele que deveria se destinar ao esgoto tratado? Mais que isso: como pode o Estado tributar uma "área de risco", se não legitimando a ocupação dessas áreas?
Desde que me conheço por gente -- até onde minha memória alcança, e olha que tenho 27 anos -- ouço falar do combate ao problema das enchentes do Rio Tietê. Até hoje, o problema perdura. Porra! Há 27 anos o governo ainda não conseguiu achar uma solução para isso (e olha que nos últimos anos uma pista "expressa" está sendo construída e, provavelmente, vai ser pedagiada)? E o dinheiro que foi destinado para isso, onde está? Sobretudo: como pode ainda ser despejado esgoto no Rio Tietê se há mais de 20 anos se constatou esse problema e os mesmos cidadãos (e indústrias) que despejam o esgoto pagam pela coleta de esgoto?
Na região metropolitana de São Paulo(incluindo as favelas), a taxa de esgoto corresponde a 100% da tarifa de água (ou seja, se você consumiu R$20 em água, vai pagar R$20 de esgoto) (fonte). Ora: 100% da água consumida numa residência vai para o esgoto? Não entrando no mérito da absorção dessa água pelo organismo humano, pela terra ou pelos animas de estimação, a tal tarifa para coleta é paga para que o rio colete?
Não me surpreende que os rios estejam transbordando. Deveriam transbordar dinheiro. Só que enquanto os rios enchem as casas dos pobres, o dinheiro dos pobres é drenado para ser reinvestido sabe-se lá onde (talvez no reajuste dos legisladores, que, nas palavras de Abelardo Camarinha, "não tem um padrão de vida de um cidadão comum") (fonte). E enquanto os deputados nadam no dinheiro, os cidadãos comuns se afogam nas enchentes.
E as bocas de lobo, que o cidadão comum (diz-se) tanto suja e paga para que sejam limpas? E nas estradas, que depois de serem construídas pelo Estado, passam a ser exploradas pela iniciativa privada, pode-se abster de pagar o pedágio quando elas desmoronam? 
Será mesmo que tudo isso é problema da natureza ou da desnatureza humana dos nossos governantes?

(Edit. (13/01): a tempo, "Mudanças climáticas não podem ser desculpas para enchentes", dizem especialistas)
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Dois poemas sobre morte (e sobrevivência)

Além de Mim
(por Filipe)

É o fim.
Está tudo acabado.
Que esperar da vida
senão morte, sofrimento e dor?
E com meu sangue sobre o cascalho
percebi que fui enganado;
Percebi que isso tudo era um eu
além de mim, aquém do eu.
Em mim.

Ao que um amigo respondeu:

Os Eus
( por Pepe Hidalgo)

O eu que ele pensava ser
e o eu que ele era,
o que ele pensava ser
tentou voar.
E o outro riu
pois apenas o que ele era
podia voar.
Além, do sangue no cascalho,
aquém, do pseudo eu
Motivado pela morfina
o verdadeiro eu, viveu.
E voou,
voou tão alto
que virou
uma estrela
cujo brilho inspira
Filósofos e Artistas.
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As pedras de São Thomé

Que mundo é esse?
Onde a beleza que percebemos se esvai
tão rápido quanto nasce?
Onde nenhuma muralha está salva
de ser derrubada por um sopro de vento?
Onde as pedras de São Thomé
inspiram a vida e estão fadadas à morte?
Onde se oferece felicidade à prazo
mas a dor, se paga à vista?
Onde os sãos, no meio de loucos, são loucos,
e até mesmo a maior das bondades
se perde no meio das decepções?
Que mundo é esse?
É um mundo onde não quero viver...
Mas tenho.
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M.

Litigado pelo cárcere (da mente),
Se encontro solução a pena aumenta,
Se paro de pensar, ainda estou preso.

Conheço bem o caminho da loucura (e seu retorno),
Se um dia o aspirei, dele me inspiro.
Injustos aqueles que não vêem a diferença,
Dentre os seres que conhecem e os que permanecem.

E de irresponsável, querem me fazer insano,
Sei bem que estou são (não sei até quando).
Mas afinal, se isso é só consequência da inconsequência,
Haverá mesmo uma chave para esta clausura?
 
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