[Aviso: Conto com doses de erotismo e linguagem obscena!]
Ela tinha pôsteres na parede do
quarto. Vários. Chegava a me irritar – aliás, não era a única coisa que me
irritava nela. Seu jeito de ser me irritava, na cama me tratava como o único
homem do Universo – ou o último, fora dela era como se fosse lixo. Ainda assim,
atravessava os mais de 600km que separam São Paulo de Florianópolis só para
vê-la. Sabia que ela estaria lá, com seu ar seco e soberbo me esperando na
rodoviária – porque minha decisão sempre era tomada de última hora, e a
pornografia dos preços das passagens dos preços de avião para um dia seguinte
superam todas as que fazíamos ou poderíamos fazer na cama.
Os pôsteres ela dizia que era da
época de menina – como se não fosse mais menina do alto de seus 23 anos. Menina
esnobe. Saíamos da rodoviária e íamos direto para o seu apartamento, uma
república partilhada com mais 3 meninas, mas que de antemão nos certificávamos
que não estariam lá, nos trancávamos no quarto e trepávamos como loucos. Quando
nos lembrávamos de comer, pedíamos uma pizza. Praia em Florianópolis? Fui duas
vezes, desacompanhado. Conheci-a em São Paulo, trepamos uma vez dentro do bar e
tive a infelicidade de pegar seu telefone.