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2010: Retrocessos ou avanços políticos?

O Brasil perdeu a copa. Ontem a retrospectiva da Globo começou à partir desse ponto, que aconteceu no meio do ano... 2010 começou no meio do ano?
É fato: o circensis está prevalecento sobre o panis. Não só falando da copa do mundo -- que muitosconsideram como uma das coisas mais relevantes do ano que se vai -- mas também teve o circo da eleição, o circo da invasão do Complexo do Alemão, e um circo até que interessante montado por Julian Assange: o Wikileaks, que não é mais "wiki", mas deixou muitos governos (sobretudo o dos EUA, contra o qual o ex-hacker parece estar travando uma batalha pessoal) constrangidos com os bastidores da diplomacia que supostamente eram para ser secretos.


Invasão do Complexo do Alemão

Quanto ao espetáculo da invasão do Complexo do Alemão, onde fizeram questão de que cada passo fosse acompanhado pela imprensa -- principalmente, o ultimato aos traficantes para que não houvesse confronto, mas, nas palavras do general José Carlos de Nardi, "se tiver confronto, infelizmente vamos ter partir pra isso" . Acabou que os traficantes fugiram por túneis ou pela mata, e foi feita uma operação abafa sobre os abusos da polícia na comunidade.
 É claro que toneladas de drogas e armas foram apreendidas. Mas isso não significa o fim do tráfico de drogas, e sim o desmantelamento do poder paralelo que governava a região (isso sim, um avanço) e continua tomando conta de várias outras no Rio de Janeiro, onde o Estado ainda não conseguiu tomar. Quem agora vai tomar o poder: as milícias, o Estado, ou o tráfico de novo? E falando sobre as milícias, já que esse é um problema "doméstico", a polícia do Rio de Janeiro nunca recebeu tantos louros, e é essa mesma polícia do Rio de Janeiro que cobra "seguro" de outras comunidades para "livrá-las do tráfico". Com ajuda do exército, marinha e aeronáutica, a polícia subiu o morro. Quem vai ajudar a tirar a polícia corrupta dos morros ocupados por eles?
E para botar fim nessa discussão e passar ao próximo ponto: por que é que só agora o governo federal resolveu ajudar? Teria a ver com as Olimpíadas, com a Copa, com uma pretensa cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU -- ou ainda com pretensões pessoais do presidente (quase ex) em algum cargo nas Nações Unidas?

Política Nacional

Dilma Rousseff foi eleita. Indicativo de continuidade do projeto do governo Lula: privatizações veladas, bolsa família ao invés de emprego que, aliás, tem seu "milagre" embasado em estatísticas que desconsideram a alta rotatividade e a perda de benefícios dos trabalhadores (ou flexibilização, como eles preferem chamar). De acordo com pesquisa da UnB desenvolvida pelo sociólogo Roberto Gonzalez, de cada dois empregos no Brasil, um dura menos de 2 anos. "40% dos trabalhadores com carteira assinada perdem o emprego todos os anos. A alta rotatividade comprovadamente influencia no valor dos salários, que são mais altos conforme maior o tempo no posto. Entretanto, apenas 25% dos trabalhadores conseguem permanecer no mesmo emprego por mais de cinco anos" (fonte). E falou-se ainda em volta da CPMF.
O salário mínimo foi reajustado em R$30. O dos senadores, deputados em mais de 65% e o do presidente em mais de 133,9% (em tempo récorde). Proporcionalmente, é o salário mais alto do mundo dentre os chefes de Estado. Acho desnecessário comentar algo sobre isso, pensando eu que a indignação é consenso geral dentre todos os trabalhadores.

Crise Mundial

E quanto à crise econômica, a "marolinha" de Lula, esse ano evidenciou que o "tsunami" ainda está longe de ter feito todos os estragos. Na Europa, 
"A série de estímulos fiscais e ajuda aos banqueiros e empresários cobram agora seu preço revelando os enormes rombos nos orçamentos públicos. A bola da vez deste final de ano é a Irlanda, que gastou o equivalente a 32% de seu PIB para salvar os bancos. A Grécia, por sua vez, reaparece com um rombo insanável. Em praticamente todos os países, os governos impõem brutais cortes fiscais, atingindo a Educação e praticamente todas as áreas sociais" (fonte).
Greves se espalharam pela Grécia, França, Espanha, Portugal e Itália. Na União Européia, algumas empresas não resistiram à concorrência -- reflexo da abertura do livre comércio e da crise -- e fecham as portas, enquanto outras vão para a China e para a Índia, gerando desemprego no ocidente e o aumento  dos empregos quase que em regime de escravidão no oriente.
Enquanto isso, a China ultrapassou o Japão e se tornou a segunda potência econômica mundial. Nos Estados Unidos, "os pacotes de estímulo à economia não surtiram efeito e [Obama] ainda perdeu a maioria democrata na Câmara dos Deputados [...]" (fonte).

É... De avanço concreto, penso eu, só se pode considerar o resgate dos mineiros do Chile e as ajudas humanitárias àquele país e ao Haiti após os desastres naturais. Todo outro avanço é relativo ou ainda não surtiu efeito -- portanto, não pode ser considerado avanço. E certamente esqueci de abordar outros retrocessos.
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Uma mensagem de Natal

Não acho que Cristo tenha nascido em dezembro, e particularmente não entendo como é que os países tropicais aceitam goela abaixo o Papai Noel da Coca Cola, com casacos que acabam com os pobres velhinhos que se dispõem a trabalhar nos Shoppings Centers. À parte, todavia, da religiosidade e do consumismo, é no Natal que se costuma acontecer aquelas reuniões em família que não acontecem o ano todo, almoços e jantares com a mesa cheia de gente reunida para comungar, a seu modo, a própria reunião -- seja qual for o pretexto.
Nem todo mundo pode para cruzar o país ou o mundo para esta comunhão. Por isso no Natal os telefones costumam tocar, e do outro lado da linha fala alguém com quem se fala só nessa ocasião -- ou não se fala há muito tempo.
Acredito que o mais importante do Natal seja a comunhão, esse sim, o espírito "santo" por trás dessa data celebrada há milênios (seja qual for o nome da festa ou do ritual). Que pelo menos por um dia se perceba o coletivo, e não o indivíduo. Quem sabe assim um dia percebamos que indivíduo e coletivo são apenas um, não só nessa época do ano, permeando o meio, interagindo com os outros, existindo à partir do toque, do cruzamento de olhares, perpetuado e perpetuando os outros através da lembrança.
Dessa forma, sim, desejo um Feliz Natal!
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Férias em meio ao turbilhão

Muito embora haja muita pauta quente para comentar -- a invasão do Complexo do Alemão, que levanta a questão do narcotráfico e, sobretudo, quem de fato lucra tanto com isso (e na minha opinião os traficantes são só intermediários em uma cadeia que envolve o governo, a burguesia -- ou os ricos, dê-se o nome que se
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Enem: a constatação da falência da educação no Brasil

Mais uma vez, o Ministério da Educação dá prova de sua incompetência ao gerir o que seria a prova que tem como objetivo "democratizar as oportunidades de acesso às vagas federais de ensino superior, possibilitar a mobilidade acadêmica e induzir a reestruturação dos currículos do ensino médio". Ano
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Caso Petruso: Quando a Ignorância Política se torna Crime

Muitos dos meus amigos tentaram me convencer que votar na Dilma era a melhor dentre as duas alternativas. Disseram estar votando "com a arma na cabeça", "tapando o nariz", dentre outros argumentos.  Eu mantive meu posicionamento. Não votei na Dilma, nem no Serra. Não corroboro nem assino embaixo de nenhuma das duas políticas. Não vendo minha dignidade. Se é para votar com arma na cabeça, puxem o gatilho.
Estava consciente que, mesmo com essa posição, um dos dois seria eleito. Foi a Dilma. Não fiquei feliz com isso. No governo Lula, o sindicato que me representa atuou quase como um ministério do governo, os bancos públicos estão sendo privatizados aos poucos, o "milagre dos empregos" está sendo feito às custas de rebaixamento de salários e do empobrecimento da tal "classe média" -- sem contar escândalos de corrupção nunca vistos antes na história desse país. Bem, se fosse o Serra, não acho que seria diferente. Seria assim também, com muito mais repressão policial e menos controle da mídia -- não ia ser necessário, falasse contra, era só descer o cacete na massa e pronto. Não me deixaria feliz, da mesma forma, e provavelmente ia ser até mais doloroso (literalmente falando) lutar pelo que acredito.
Minha crítica, todavia, não é nem à Dilma, nem ao Serra. Diante da vitória petista, a estudante de direito Mayara Petruso declarou no twitter que "nordestino não é gente, faça um favor a SP, mate um nordestino afogado". Não bastasse, um bando de ignorantes ainda ecoou e apoiou a garota -- na sua maioria, infelizmente, meus conterrâneos, e mesma base política que elegeu Francisco Everardo, o Tiririca.
Não sei se todos eles tem dinheiro para pagar uma semana de férias na Costa do Sauípe, mas por tradição, os jovens de classe média paulistana costumam viajar para Porto Seguro na formatura. Mais tarde, Recife, Fortaleza, ou o carnaval de Salvador acaba se tornando sonho de consumo pequeno burguês. Esses mesmos jovens, no geral, não gostam de política. Política é coisa dos outros. Política é coisa no máximo para se pensar em época de eleições, para se pensar que nem futebol.
Mesmo em uma Universidade Federal, vejo muitos que dizem "não gostar de política", "não ligar para partidos". E menciono o fato de ser Federal não pela qualidade ou não do ensino -- não vou entrar nesse mérito, mas pela proximidade direta com o governo. Isso também acontece na empresa -- Federal -- que eu trabalho.
Se desinteressar pela política não é tão e simplesmente uma abstenção. É uma posição ativa de omissão. É uma ignorância que pode, em seus extremos, levar a posturas como a da Petruso: estudante das letras da lei, pegou seu teclado e cometeu um crime. Não é muito diferente do crime que muitos cometem ao digitar, na urna eletrônica, o número daqueles que vão matar milhões através da corrupção. Mas, afinal, política é coisa dos outros mesmo.
O Analfabeto Político
Bertolt Brecht

O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.
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Carta Aberta à Opinião Pública dos Estudantes da Unifesp Guarulhos

Esta comunicação tem como objetivo colocar a opinião pública ciente da grave situação enfrentada pelos estudantes da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), do campus de Guarulhos, com relação à infraestrutura necessária para o bom desempenho de seus trabalhos acadêmicos, do qual depende a
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Resposta à Dra. Marilena Chauí: Lula também privatizou. Dilma vai continuar.

É óbvio que é inexpressiva a opinião de um estudante menos que medíocre de uma universidade federal de filosofia, expandida, é fato, pelo governo Lula, em um campus no meio do bairro de Pimentas, em Guarulhos, sem nenhuma infraestrutura de transporte ou moradia para os estudantes face a um comunicado expedido por
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Greve dos Bancos Públicos e Segundo Turno: É hora de botar o governo na mesa!

O povo foi às urnas no domingo passado e o resultado mostra que, antes de tudo, a popularidade do Lula não é menor que sua petulância: dois exemplos práticos disso são o segundo turno -- que ele tinha quase como certo que não iria acontecer, e a quase eleição do Netinho, o espancador de mulheres, ao invés da
Marta. Até o momento, passadas as eleições, o carismático e demagógico barbudo não veio a público se pronunciar sobre o ocorrido. Como disse meu pai no Facebook,

Onde está o excelentíssimo senhor presidente da República, que não dá uma palavra sobre o resultado das eleições? Ele, que é sempre tão falante, terá ficado porventura mudo? Ou será que é incapaz de dialogar com a voz das urnas? É esse, com certeza, um dos mais belos aspectos do regime democrático: a voz do povo se fazer ouvir e provocar o silêncio perplexo dos demagogos. (Antonio Carlos Olivieri

Seria mesmo nosso Presidente da República incapaz de dialogar somente com o povo que, diga-se de passagem, foram aqueles que o colocaram no Planalto? O Governo Federal não está calado só diante do resultado das eleições. À partir de amanhã, a greve de bancários completa 6 dias -- descontando o final de semana -- e até agora não foi apresentada nenhuma proposta por parte da direção dos bancos federais, tanto Banco do Brasil, quanto Caixa Econômica Federal, para que fosse encerrada a greve do funcionalismo.
O argumento de que há de se esperar uma proposta da Fenaban é falacioso, como evidencia o acordo proposto pelo Banco de Brasília (BRB), que apresentou uma proposta que, dentre outras coisas, contempla um índice de 12% de reajuste -- maior do que o pleiteado pela Contraf/CUT, 20% sobre a comissão de caixa, ítens de isonomia e incorporação da comissão após 10 anos na função, que encerrou a greve naquele banco em apenas um dia.
Com a greve se fortalecendo cada vez mais nos bancos públicos, o governo está recuado e tem condições sim de soltar uma proposta melhor para encerrar a greve. Há de se lembrar, todavia, que independente de estarmos ligados a uma empresa de economia mista ou a uma autarquia federal, somos todos bancários, e não podemos deixar de nos solidarizar com os companheiros de outros bancos que, tão pressionados como nós, sofrendo os mesmos problemas, também merecem uma proposta digna face ao lucro que proporcionam às suas instituições (que estão dentre as que mais lucram no mundo) em troca muitas vezes de sua saúde psíquica, física, e da convivência familiar. Lembro-me, a essa hora, de uma colega de "porta" do Itaú que, mesmo tendo se acidentado, era obrigada a trabalhar com gesso na perna e colete, sob ameaça de demissão no fim da licença-saúde.
O acordo fechado pelo BRB estabelece um novo patamar para negociações sim, mas sobretudo, deixa óbvio que se o governo quiser negociar, pode encerrar a greve nos bancos federais. Um bom acordo para os bancos federais também estabeleceria um novo patamar de negociação com a Fenaban, e com os operativos de contingência, assédio dos gerentes crescente -- com lista de celulares e ligação para os funcionários, a volta dos interditos proibitórios e grandes centros como o Bradesco Nova Central parado há uma semana, eles também não devem demorar muito a ceder às nossas reivindicações.
É hora de tomar para nós esse movimento! Se a Contraf insiste em esconder o governo atrás da mesa da Fenaban -- até porque, PT no Sindicato, no Governo e na Direção do Banco não é lá uma combinação que pende a favor do funcionalismo -- nós precisamos fortalecer o movimento e pressionar a  diretoria do sindicato a negociar com os bancos federais. O messias barbudo sabe que banco público parado significa menos votos para a Dilma no segundo turno, e isso é só mais um fator que nos deixa em posição privilegiada para arrancar de vez uma proposta digna desse governo -- que prometeu exorcizar a tal herança maldita do Fernando Henrique mas, até agora, não fez nada para reverter os estragos causados pelos 8 anos daquela gestão no nosso funcionalismo. Vide a reposição das perdas, que convenientemente, foi esquecida pelo sindicato em prol dos pleitos de reajustes rebaixados, ano após ano. Isonomia, que outras categorias já conseguiram e nós, que ainda temos dois fucionários, do mesmo cargo, exercendo a mesma função, mas por terem sido admitidos em períodos diferentes (pré-97 ou pós-97), tem remunerações e benefícios completamente diversos, ainda estamos longe de conseguir.
Não dá para esperar que façam por nós aquilo que nos compete. Ficar conformado diante dessa proposta pífia de pouco mais de 4% (que não contempla nem a inflação e reduz a PLR) enquanto o ganho dos bancos cresce cada vez mais -- no BB, foram mais de R$10 bilhões no ano passado, maior lucro da história do setor, além da compra do Banco da Patagônia e a autorização para operar nos Estados Unidos, dentre outros, é se propor a aceitar cada vez mais humilhação, adoecimento, assédio moral. Lembremo-nos que ainda não conquistamos a incorporação das comissões -- tanto no BB quanto na CEF -- e, a bel prazer do administrador, qualquer um pode ser descomissionado, inclusive prestes a se aposentar. Se não lutarmos contra isso agora e nos conformarmos, nos anos vindouros, certamente será pior. Até quando vamos esperar para nos levantarmos contra essa política predatória?
A hora de lutar é agora! Ao contrário do que dizem muito gestores, que esquecem-se, sabe-se lá porquê, que são também bancários, o direito de greve não é individual: é coletivo. Basta olhar para o lado e ver quantos colegas estão lutando pela melhora de nossas condições de trabalho e de vida. Vamos nos unir a esses colegas -- independente de cargos, funções e comissões -- e lembrar que agora todos temos uma dificuldade comum. Fortalecendo o movimento, temos sim a possibilidade de vitória! E rápido!
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Por que não votar no Tiririca

Queria produzir um texto completamente desprovido de opinião. Acho que minha inspiração está se esvaindo dia-a-dia. Minha paciência também. Diz-se que "o filósofo não pode declinar da responsabilidade do homem que fala", algo assim, segundo Ponty. Foda-se! À partir do momento em que você começa a
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Inusitabilidades

Quisera ter habilidade linguística para expressar quão bizarras -- seria esse o adjetivo adequado? -- foram algumas das noites dessa semana. Claro que, per se, não seriam lá tão esquisitas se não demarcassem uma série de acontecimentos aparentemente desconexos, estranhos, e principalmente contrastam-se com o fato de
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Velhinho Sentado no Banco da Praça

Comecei alguns posts sobre o momento que estou vivendo agora -- que chamei de "velhinho sentado no banco da praça" -- mas não consegui concluir sem que achasse tudo o que estava escrevendo muito chato ou demasiadamente prolixo, o que contradiz tudo o que sinto nesse momento.  Ontem vi um blog de
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A Arte de Saber o Inútil

Na semana passada, ainda em isolamento, fiquei discutindo com um colega monástico se o astro errante que começava a brilhar no céu à partir das 18h40 e sumia atrás das árvores próximo das 19h50 era Vênus ou Marte. Alguns ainda pensavam tratar-se de uma estrela, mas eu e ele sabíamos que, por tratar-se de um brilho fixo e trajetória móvel, era um planeta. Sem um aparelho de celular ou a ajuda do Google, todavia, nossas enciclopédias mentais ou conhecimentos somados chegaram ao dito impasse.
Meditamos, portanto, em porquê raios ficamos tão intrigados em questões que não nos dizem respeito. Sabe-se lá porque enchemos nossas cabeças com informações que, no geral, não são interessantes para ninguém, a não ser para quem realmente interessa. Para mim, tudo interessa.
Volto para o isolamento amanhã, sem nenhum sorriso sarcástico ao descobrir que meu palpite estava certo: trata-se de Vênus, confirmado pelo Stellarium, graças à ajuda de meu primo Luis Felipe que me indicou o software e de meu amigo astrofísico que disse que, nas condições atmosféricas atuais, impossível ver Marte a olho nu onde estou atualmente.
Quem precisa de Onisciência e memória quando tem Twitter, Facebook e Google?
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Jack fala sobre o Centro

Mais uma homenagem ao meu amigo Jack Anhaia Mello, falando sobre o centro que tanto amo.
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Beleza Rara ou Estética?

Ponho-me a meditar em uma beleza sem igual que às vezes enxergo no meu dia-a-dia. De vez em quando vejo num por do sol, certas vezes num lusque-fusque (caiu esse hifem também?) visto através da janela do metrô entre as estações Santana e Armênia, mas quando menos espero, vejo que estou contemplando a
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"Jack" Anhaia Mello - Parte II

Uma série de citações interessantes poderiam caputar esse texto. Pensei em algumas, mas não julguei cabíveis. Melhor falar fluído, rápido, talvez não tão conciso -- o que é desnecessário. Deixo registrado para mim e para a posteridade, até que uma bomba de pulso apague todo o conteúdo digital num cataclisma neonostradâmico pós-doismiledozemico coisas que já devia ter dito antes.
Procuro cumprir as promessas que faço em todas as circunstâncias, inclusive aquelas que não me lembro que fiz. Prometi a um amigo que degustaria seus famosos pratos, mais de uma vez. Não cumpri. As circunstâncias materiais me impossibilitaram, ad semper, de cumprir. Não adianta mais tocar lá no bloco B. Não adianta mais ligar. Não vou ter mais nem a chance de dar cano. Nem de tomar.
Que sea, ele não era lá um cara de se lamentar. Nem de deixar que se lamentassem. Há dois anos, enquanto todos tinham papas na língua ao me abordar, eu ainda de muletas, ele me dá um abraço e diz "porra, tá indo onde? vai dar um pulinho no Masp e já volta?". Quando contei que estava voltando a cursar filosofia, ele me disse "para quê, filha da puta, você já é professor honoris causa dessa merda!".
Teve também aquela vez onde iríamos pintar o meu apartamento para entregar e ele se dispôs a ajudar. Figuraça, desceu com roupa de neoprene, óculos de segurança, rolo de tinta na mão e uma garrafa de whisky. Pintamos porra nenhuma! As outras histórias são inenarráveis, mas permanecem no inconsciente não tão inconsciente copaniano. Se as paredes daquele prédio falassem, certamente gritariam o nome dele.
Engana-se, todavia, quem pensa que de tudo isso fica só a lembrança da loucura. Ao contrário, fica o tapa na cara das convenções que determinam o limite entre a genialidade e a insanidade, a evidência que o nome disso é hipocrisia, o relativismo dessas convenções e, sobretudo, para mim, a honra de ter tido a chance de viver de perto com alguém que teve a "licença poética" para transitar entre os dois mundos e mostrar que, na realidade, gênio e louco são só um.
Meu amigo Jack? Não vou ligar agora. É muito cedo.
"Tô dormindo porra. Fodi a noite toda. Me deixa dormir!"
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"Jack" Anhaia Mello

Não sou um cara de muitos amigos. Sou um cara de muitos conhecidos, é verdade. Amigos, poucos. Aprendi que pode-se conhecer muita gente, confiar em menos ainda e tê-los como amigos, então, é quase impossível.
Pois hoje, por uma infelicidade, desses poucos amigos, tenho um a menos. Geraldo Anhaia Mello, vulgo Jack, se foi. As lembranças que deixa, bem como as porradas -- verbais e literais -- e as mudanças que elas provocaram em mim, vão continuar. Isso não morre, ao menos não enquanto eu viver. Fica o vazio, o hiato da falta da piada que ele faria e a certeza de que as pessoas podem até morrer, mas não deixam de existir enquanto houver memória e legado.

A tempo: vale a pena ler o post da Rosana Hermann sobre o Geraldo. Me fez chorar mais um pouco, mas disse coisas que eu não consegui dizer. Clique aqui.
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Eufemismos e Falácias

Vivemos num mundo cão que vai ficando cada vez mais cão. Ou do caraleo cada vez mais do caraleo. Eu não preciso utilizar-me de eufemismos. Gosto de observar alguns fenômenos interessantes do dito mundo "corporativo". Óbvio que não é um universo interessado no desenvolvimento humano ou dos seres que dedicam-se ao seu desenvolvimento.
São (somos) todos bandos de alienados dedicando-se a mover engrenagens de uma máquina que não sabem bem para que serve. Estão lá porque estão. Simples assim. A televisão mostra que a gravata é o certo a se vestir se se quer se dar bem na vida, então, que sea, embarquemos nessa! O grande problema é que o corpo e a mente humana não comportam essa vida, talvez não tenham sido feitos para isso ou não tenham tido tempo para se adaptar ainda, sei lá.
Um dia, pode ser, as pessoas comecem a abdicar de suas próprias personalidades e servir em tempo integral às empresas, dormindo 2 horas por dia e não se relacionando com outras pessoas, aí teríamos o cenário ideal para as corporações, mas isso ainda não existe. As pessoas adoecem, questionam, se sentem pressionadas... É aí que entram os "atenuantes" -- que vou chamar de eufemismos do mundo corporativo.
Acabo de ler em algum lugar uma recomendação para "temperar a vida" e "comer melhor", em uma palestra em Brasília onde se falou da importância do convívio familiar e com os amigos. Calmalá... Se o convívio familiar é tão importante para a empresa, não seria fundamental que eles melhorassem as condições desse convívio, por exemplo, cumprindo a jornada de 30 horas semanais para todos os bancários prevista em lei e descumprida deliberadamente, repondo as perdas saláriais -- o que faria com que pudesse pagar melhores condições de educação, alimentação, moradia para toda essa família?
O argumento seria, pois, tão somente uma falácia? Não é. Creio eu que a mentira deixa de ser mentira quando aparece algum "crente" para fiar a ela alguma verdade -- mesmo que por conformismo. Claro que ela continua sendo mentira, mas a consciência do "crente" fica mais tranquila, ele morre tranquilo, conformado, pobre de espírito e ignorante, talvez se achando feliz, mas de qualquer forma, é mais fácil viver pensando que estão tentando melhorar nossas vidas e que há uma saída possível que saber que tudo isso é uma falácia e só se rompermos com as mentiras desde o princípio teremos uma chance de real felicidade. É aí que se transforma a falácia em eufemismo.
Acredito que o eufemismo é pior que a falácia. Se eu souber que o argumento é inválido, posso buscar o verdadeiro. Mas quem é que quer saber a verdade? Vamos temperar a vida! Vamos comer melhor!
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O Outro e o Sabotador

Dizem que o outro é legal. Eu não o conheço, só ouvi falar. Quando acordo no dia seguinte ele já foi embora. Já o vi por foto, é parecido comigo. As feições são parecidas, ora ele parece mais velho que eu, ora mais novo. Às vezes o cara arranja briga, muitas delas o cara é rico. Minha conta bancária é quem paga a conta, mas dane-se. O outro não costuma pedir licença para usar meu cartão. Sabe minha senha e, se usassem de biometria para garantir acesso ao sueldo, creio que isso também não seria problema para ele.
Os outros conhecem o outro melhor que eu. Ou pensam que conhecem. Ninguém conhece o outro, creio, já que ele não existe. Se Freud estava certo em dividir-nos em ego, superego e id, eu chamaria o outro de superid. Um animal. Mantê-lo enjaulado deve deixá-lo furioso, e quanto mais furioso, mais estrago ele faz quando consegue escapar. A solução seria deixá-lo solto o tempo todo, então? Não, não sei, a solução seria usar o tal ego controlador de Freud para apaziguá-lo, mas vou ter que consultar o médico austríaco em uma sessão de mesa branca sobre o que fazer no caso do id ter dimensões de superid. Vai entender.
O outro às vezes faz amigos dentre os meus amigos, muitas outras vezes estabelece grandes relacionamentos em segundos que duram no máximo uma noite. Talvez ele enxergue uma profundidade que eu mesmo não enxergue nas coisas corriqueiras. Ou talvez fechemos nossos olhos a essa profundidade e deixemos passar grandes oportunidades de ser feliz. O outro deve ser feliz por esses breves momentos. Não sei. Nunca conversei com ele. Certamente ele dissertaria por horas e horas acerca da felicidade real se eu o indagasse sobre isso e eu encontraria certa familiaridade em suas palavras. Ou não, pode ser que se eu o fizesse essa pergunta ele simplesmente me desse uma cerveja e me dissesse "tome isso e não pense naquilo que não se pode racionalizar, mas deve-se sentir". O outro, penso que por sua natureza, prioriza a praxis à razão, o sentimento à elocubração, o impulso ao cálculo. Uma conversa com o outro poderia ser perigosa.
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O Itinerário de Matraga e o Hindu

Realmente não estou muito inspirado para fazer uma outra análise do itinerário de Matraga: passei o final de semana inteiro fazendo #essaporra para a faculdade. Faço um comentário breve, pois, que não posso fazer no meio acadêmico, mas que notei enquanto escrevia o dito texto durante o final de semana.
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Balé de Marx e a Mulher Linda no Ônibus

Não posso dizer que não me canso de viver as experiências bizarras que vivo em São Paulo, pois que são cansativas elas são. Mas não deixo de achar intrigante as coisas que observo aqui e que certamente não veria nas pacatas cidades que conheci em Minas ou até mesmo em outros centros urbanos daqui ou do continente.
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O Cientista e o Filósofo

Nesta terça-feira com cara de sexta eu saí uma hora mais cedo da faculdade. Tinha marcado com um grande amigo meu que não via há tempos de tomar uma cerveja no centro. Decidi por um bar na rua Sete de Abril, barato e com mulheres para olhar, onde há quatro anos atrás costumava encontrar um cliente que virou amigo
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Aranhas e Bucolismos

Na minha família materna cultiva-se oestranho hábito de gostar do campo. Meu padrasto cria galinhas, minha mãe tem o sonho de mudar para o sítio e viver plantando sabe-se lá o quê. Eu, talvez por ter passado a infância sendo forçado a catar pedra e carpinar intermináveis pedaços de mato aos finais de semana prefiro a selva paulistana. Detesto quando o celular fica sem sinal, a não ser que eu esteja olhando para o oceano ou cercado de areia da praia.
Qual não foi minha surpresa, pois, ao deparar-me -- em pleno prédio do banco -- com um majestoso aracnídeo (no sentido literal), com quase 8 centímetros de perna a perna, andando calmamente enquanto eu olhava para a Avenida São João. As baratas são comuns, a despeito das dedetizações semanais, mas... Aranha?
Lembrei-me então do que fiz em Ouro Preto e pensei em encaminhar uma sugestão à Administração Predial. Na cidade histórica mineira, por uma questão geográfica, aranhas e escorpiões são muito comuns. Ora, enchi meu quintal de galinhas. Para prevenir acidentes de trabalho com animais peçonhentos e já que a dedetização parece não funcionar, não seria o caso criar galinhas aqui no complexo São João?
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Como conheci Matraga

Nunca fui lá grande fã de Guimarães Rosa, que me trás à mente memórias desconexas de Baleia, a cachorra de Vidas Secas, de Graciliano Ramos, e de duas parentes do próprio Rosa, com quem tive ótimas (e péssimas) experiências em uma cidade não tão próxima de Belo Horizonte, além da época em que eu fazia
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Lula e a Greve

Da coluna da Mônica Bergamo, hoje:

DE QUEM SERÁ?
"Parar 30 dias, 60, 90 e receber os dias parados não é greve, é férias." Parece, mas a frase não é de alguma autoridade tucana do governo de SP, que se recusa a pagar os professores nos dias em que cruzaram os braços em protesto.





 


Ela é do presidente Lula -que, em 2007, teve atitude idêntica: cortou o ponto dos servidores públicos que fizeram greve.
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Carta Aberta aos Jogadores e Equipe Ikariam.br

Para os Desconhecedores

Visto tratar-se de um jogo, preferi não abordar o assunto no blog anteriormente. Costumo falar aqui, afinal, sobre coisas "paupáveis" como Descartes, paixões e bailes de máscaras. Convencido, todavia, que a reunião de pessoas -- virtual ou não -- é tão real quanto qualquer outra coisa, e sendo os outros espaços convenientemente censurados pelos seus mantenedores, posto aqui uma breve, sincera e modesta opinião sobre o que vivenciei na Equipe de Jogo do Ikariam.br, bem como o que motivou minha saída desse grupo e, sobretudo, me faz crer cada vez mais que foi uma decisão acertada e, sobretudo, definitiva.
Dada a natureza pública desse comentário, algumas explicações fazem-se necessárias. Em primeiro lugar, não farei maiores delongas para quem não conhece o jogo e, portanto, não conseguirá compreender as terminologias específicas. É pena. Se quiser conhecer, clique aqui, e faça por sua conta e risco. Eu mesmo não tenho mais paciência para jogar. É mais divertido que perder tempo em rede social, FarmVille e outros jogos, porém menos que Poker. Minha opinião. Calei-me antes sobre isso em respeito àqueles que me receberam na Equipe e em nome de uma "ética" que, com a "saída" sumária justamente de quem foi o meu maior tutor e mestre, vi que não existe. Então, resolvi falar.





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Folha Bancária no País das Maravilhas

Ouvi contar que num passado muito muito distante, os sindicatos existiam enquanto instrumento de luta e mobilização dos trabalhadores a fim de alcançarem melhores condições de trabalho
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Antes de Entrar no Elevador

Esperar o elevador no prédio aqui da avenida São João onde trabalho assemelha-se a aguardar a lotação no ponto de ônibus na zona norte de domingo. Faça chuva ou faça sol, é uma demora sem fim. Às vezes, quando há paciência , dá tempo de pensar um pouco na vida. Quando falta, recorro ao celular, sms ou twitter, visto que ao contrário dos ambientes abertos, graças ao governador de São Paulo já não é permitido fumar enquanto se espera.
Não é via de regra, mas de vez em quando acontecem coisas peculiares, tanto na espera do ônibus, quanto do elevador. Outro dia olhei para o lado e vi um senhor franzino, de quase uns 70 anos, que tinha certeza de ter visto em uma animada conversa na Avenida Paulista algumas semanas antes quando fui entregar um documento no prédio da Superintendência. Chamou-me a atenção o fato de que ele usava uma camisa branca listrada e chapéu coco preto, o que por um instante lembrou-me Laranja Mecânica.
Cerca de oito minutos depois, já que o elevador não aparecia, resolvi puxar conversa:
-- Bom dia! Que demora hein!
-- Sempre. Tudo demora. A vida é um “troço” demorado – e abriu um sorriso.
Achei um pouco hiperbólico, mas continuei:
-- Demoraria menos, não fosse o tempo que perdêssemos esperando elevador, ônibus, trem, metrô...
-- Antigamente perdíamos andando, subindo escadas...
-- Exercitando os músculos – retruquei.
-- Hoje em dia lemos – ele respondeu, desafiador.
-- Não. Hoje ficam escutando funk. Os livros estão em baixa.
-- Gente burra sempre existiu, não é culpa do elevador – ele deu o veredito.
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Alvorecer Cinza

Chegar às sete da manhã no banco é engraçado. Trabalho num prédio com cerca de 3 ou 4 mil funcionários, mas imagino que nem 20% destes estejam aqui quando entro no elevador a essa hora. Numa tendência contrária ao tradicional mau humor paulistano, a essa hora, todas as "topadas" no elevador e nas escadas resultam em tímidos ou efusivos "bom dias" ou cumprimentos dos mais diversos. Eu, mesmo a contragosto, respeito a tradição. Se chego às 11, não o faço: subo apressado, dou "oi" só para as ascensoristas e um "bom dia" global para quem ouvir quando chego no meu setor.
Estava agora fumando um cigarro na varandinha do 11o. andar, olhando para a Av. São João, da vista privilegiada que temos daqui. Não troco São Paulo por nenhuma outra cidade que conheci, é verdade. Mas essa coisa toda parece um grande teatro... Quantos filósofos, historiadores, cientistas sociais, físicos, matemáticos, estão travestidos de bancários? Já vi por aqui até veterinários, odontologistas, médicos... Gente que parece gritar -- em silêncio -- por detrás de suas baias (quer nome melhor para o espaço de trabalho?), sentindo-se enforcado por suas gravatas, criando para si as mais diversas desculpas para aceitar esse "personagem" e as mais diversas humilhações inerentes a ele (eu incluso no grupo).
Alguns fazem faculdade para ser personagens. Hoje as universidades já preparam para isso. Outros fogem achando que negando tudo conseguirão a libertação (do sânscrito "moksha"), e criam comunidades alternativas, baboseiras new age, misturebas envolvendo toques de espiritismo com hinduísmo, budismo, um pouquinho de karatê e grego. É só adicionar "tantra" no nome, cobrar mais que 5 mil, publicar um anúncio na revista Nova e pronto: livram a consciência dos personagens do parágrafo anterior, fazendo com que eles se tornem personagens desse parágrafo. É uma troca justa, eles pagaram afinal.
Mas não. Nem a gravata apertada e nem a baboseira new age me satisfaz. Prefiro a gravata com laço largo e o Hatha Yoga. Ainda assim, sinto que existe algo que se desespera quando coloca esse crachá e tem de se fingir de cidadão do mundo corporativo, o que nunca vai deixar de ser fingimento porque, afinal, nesse mundo ninguém tem a cidadania, só o visto provisório: se cansar das aparências -- ou se alguém se cansar da sua, seu passe é revogado. Simples assim.
Apenas mais um desabafo, direto da baia. Agora é hora de calar a boca e voltar a trabalhar.
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Primeiro dia de Aula

Sexta-feira foi meu primeiro dia de aula. De novo. Já tive muitos primeiros dias de aula nas incontáveis faculdades que fiz e não terminei. Por hábito, começo sempre com uma trapalhada, e dessa vez não foi diferente: meu "radar" levou-me a uma sala que, achei estranho, além de mim, só tinha mais 3 homens.  "Maravilha", pensei, mas não deixava de ser estranho. Depois de mais de uma hora de aula, fiquei um tanto decepcionado pelo teor da disciplina que não tinha nada de desafiadora, ao contrário, pareceu-me simples até demais. No intervalo, desci para conferir na secretaria se teria mesmo que fazer aquela matéria e, qual não foi a minha surpresa: estava na sala de pedagogia.
Já na sala correta, no meio de uma explanação sobre um texto de Walter Benjamin, percebi que era ali mesmo onde deveria estar. Se na sala ao lado eu estava pensando "que aula idiota", ali pensei "como sou idiota", e me senti em casa. Estou buscando por desafios, afinal! Levei cerca de quarenta minutos para entender o que tinha perdido durante o tempo que passei na aula errada, um assunto fascinante que até merece um post exclusivo, cuja pressa do momento não me permite fazer agora.
Não sei se vou suportar essa rotina de acordar pouco antes das seis da matina, entrar no banco às 7, ir para Guaralhos às 14h (ou quando eu conseguir chegar, visto que é um mistério o tempo que a condução leva para percorrer a distância do centro até o Shopping Bonsucesso) e sair de lá às 18h para voltar à civilização. Por enquanto o corpo está aguentando e está sendo até um pouco divertido. Claro que quando puder transferir a facul para o período noturno será melhor. Mas sem sacrifícios, como é que posso quantificar o mérito?
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Momento entre a paixão e a loucura

Passei por experiências peculiares nos últimos meses. Me apaixonei, desapaixonei e apaixonei de novo pela mesma pessoa, com mais intensidade. Dentre os momentos de paixão, flertava tanto com a loucura que quase estabeleci com ela um relacionamento mais firme que o que eu tenho atualmente com minha (pseudo) namorada.
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Tributo à Viagem

Foi uma viagem (desde o começo). Saí do inferno ao paraíso, da tristeza à felicidade (momentânea?), de Bocage a Vinicius de Morais, de São Paulo a Recife. Falta-me inspiração para detalhar o assunto, mas para que quebrar a cabeça quando alguém já disse tudo?

"The greatest thing you'll ever learn. Is to love and be loved in return"
(tradução livre colhida na internet: a coisa mais importante que você irá aprender, é simplesmente amar e ser amado - Eden Ahbez, Nature Boy - que, é claro, conheci em Moulin Rouge)
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Two and a Half Men - Episódio 7.15

Tá certo, nunca recomendei um episódio específico de uma série, mas esse está bom, muito bom.
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Se tem duas séries que lembram muito episódios da minha própria vida são Californication e Two and a Half Men, a segunda por ter sido recomendada por algumas ex-namoradas que acharam que tinha algo a ver comigo. Recomendação certeira, diga-se.
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Carta de um Sentimento Silente

Escrevi para um concurso de amor que não consegui participar. O prazo passou, e não fui capaz de colocar em palavras a tempo. Aviso: o conteúdo é fictício e qualquer semelhança é mera coincidência.

Esta carta nunca será entregue. Não tem destinatário, nem talvez remetente.
 
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