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A Aflição de Xavier



Xavier acordou cedo. 6h32 da manhã. Não era costume de Xavier acordar cedo: na verdade, a impressão que teve foi que já era a hora certa de despertar. Não foi. Naquele dia, só deveria acordar às 8h30 para fazer uma ligação e decidir entre dois compromissos: um indispensável. O outro, impulsivo.
Uma transa. Um final de semana. Foi o suficiente para despertar em Xavier um sentimento tão intenso que brotou nele um sentimento de impulsividade e ansiedade que só sentira há anos atrás, e prometeu para si mesmo que nunca mais se deixaria sentir. Calejado pela vida, já um pouco mais maduro que aos seus 25, percebeu que os atos impulsivos levavam-no na maioria das vezes a situações que, a médio prazo, lhe eram prejudiciais -- e aos outros. Uma vez disseram-lhe que, com uma certa casa de seu mapa astral, Júpiter influia sua sorte fazendo-lhe boa na maioria das vezes e que ele deveria jogar na loteria. Jogava, mas no máximo acertava três números. Três números. Se fossem quatro, seria uma quadra, e ganharia o prêmio mínimo. Mas em todos os jogos, até num bingo de igreja, ele nunca ganhou nada. Achou aquele negocio de astrologia balela -- boa sorte o caralho, estava mesmo é fudido.
 
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