Esta carta nunca será entregue. Não tem destinatário, nem talvez remetente.
Se tivesse, saberia que é contigo.
Omiti informações, antes de tudo. Me apresentei como insensível, esqueci do sobrenome intensidade.
Mas sou eu mesmo quem mais cai em minhas próprias armadilhas.
Quando Bocage pergunta: "razão, de que serve teu socorro?"
Oswaldo responde: "é a única coisa que resta a um homem inundado de sentimento."
É, talvez eu tenha omitido mais. Não contava, na verdade, que você fosse descobrir.
Enquanto faço elogios vãos, escondo de ti os profundos,
Enquanto falo palavras complicadas, escondo de mim a simplicidade,
E nesse jogo de inverdades, descobri o sincero,
Enquanto brincávamos com as palavras, descobri o sorriso,
E a fogueira que pensei estar pra sempre apagada,
Você pôs para queimar com uma única fagulha.
Basta, basta, eu suplico! Que deitem de novo sobre mim o véu de maya,
Isso pode não dar em nada, afinal. Mas se der... Que será da nossa insaciedade?
Está bem, desculpe a tola sinceridade,
Sabe que não sou poeta, nem pretendo,
Voltemos desde já às brincadeiras.
Assim, para sempre irei sorrir.
Glossário: Maya, do sânscrito: a ilusão, que protege o homem do divino.
6 comentários:
a experiência do não dito sempre deixa uma saudade torta de coisas que não chegaram a acontecer...
adorei o texto ... muito bom e muito criativo ! abraços ;D
muito bom o texto ... muito criativo! Abraços
gostei muito do texto, muito interessante e tbm muito criativo! parabéns, vc tem talento! abraços.
De certeza que estarias entre os potenciais vencedores... adorei. :-)
Sinto falta das nossas conversas muchacho, vê se apareces...
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