Uma mensagem de Natal

Não acho que Cristo tenha nascido em dezembro, e particularmente não entendo como é que os países tropicais aceitam goela abaixo o Papai Noel da Coca Cola, com casacos que acabam com os pobres velhinhos que se dispõem a trabalhar nos Shoppings Centers. À parte, todavia, da religiosidade e do consumismo, é no Natal que se costuma acontecer aquelas reuniões em família que não acontecem o ano todo, almoços e jantares com a mesa cheia de gente reunida para comungar, a seu modo, a própria reunião -- seja qual for o pretexto.
Nem todo mundo pode para cruzar o país ou o mundo para esta comunhão. Por isso no Natal os telefones costumam tocar, e do outro lado da linha fala alguém com quem se fala só nessa ocasião -- ou não se fala há muito tempo.
Acredito que o mais importante do Natal seja a comunhão, esse sim, o espírito "santo" por trás dessa data celebrada há milênios (seja qual for o nome da festa ou do ritual). Que pelo menos por um dia se perceba o coletivo, e não o indivíduo. Quem sabe assim um dia percebamos que indivíduo e coletivo são apenas um, não só nessa época do ano, permeando o meio, interagindo com os outros, existindo à partir do toque, do cruzamento de olhares, perpetuado e perpetuando os outros através da lembrança.
Dessa forma, sim, desejo um Feliz Natal!

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