dog's::life

As coisas não são lá sempre tão fáceis como imaginei. De qualquer forma, eu não tinha imaginado nada mesmo =). Já para o Yaksha as coisas andam melhor: ganhou uma coxa que, apesar de falsa, parecia um tanto saborosa -- ao menos até ele enterrá-la no meio de um monte de folhas ao fundo do quintal.
Ao chegar em Ouro Preto comprei um cachorro. Tentei comprar um cão -- como diria meu tio, cão é pastor, o resto é cachorro -- mas não tive muita sorte. O Yaksha ao menos tinha um bom temperamento: indócil, não chegado a latir nem tampouco a carinhos. Eu me sento no meu divã na sala e ele fica no quintal, e estamos bem assim. De vez em quando nos encontramos, dou comida para ele e afago um pouco sua cabeça. Simples assim.
Quem conhece o chow-chow sabe que não é lá uma raça muito chegada a afetividades. Se quer carinho, pede, recebe na medida que quer e volta para seu lugar. O Yaksha, no entanto, é um pouco mais sociável que o normal, talvez por conta da outra filhote que, produto da generosidade infinita da Dani que resolveu acolhê-la sob o MEU teto, tornou-o mais chegado a brincadeiras e contatos.
Também tive que submetê-lo a um tratamento de choque para que ele entendesse que eu sou o chefe de matilha. Depois de deixá-lo 12 horas sem comer, passei a serví-lo -- só eu mesmo -- nos horários certos, sempre três vezes ao dia, deixando claro que era eu quem lhe faria ser alimentado.
Arestas devidamente aparadas, hoje tenho um cachorro quase cão. O único percalço é que ele é tão bom para cão de guarda quanto um vaso de rosas. Fora isso, ele já sabe que seu lugar é no quintal e lá se mantem, mesmo que eu deixe a porta aberta. Não late. Posso dar comida na boca que ele não vai morder. E está aprendendo aos poucos a passear na rua.
Já disse um cara que homens não são chegados a relacionamentos duradouros, e por isso o cão é o melhor amigo do homem: dura no máximo 15 anos. Grande cara, esse Yaksha. Preciso ensinar ele a limpar a casa e pegar cerveja na geladeira.



A tempo: Yaksha, do sânscrito यक्, espiritos da floresta, habitam na terra ou nas raízes, também associados a demônios da floresta. No Budismo, diz-se serem os guardiões do Buda da Medicina. Mais? Ask to google!

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