Realmente não estou muito inspirado para fazer uma outra análise do itinerário de Matraga: passei o final de semana inteiro fazendo #essaporra para a faculdade. Faço um comentário breve, pois, que não posso fazer no meio acadêmico, mas que notei enquanto escrevia o dito texto durante o final de semana.
O conto de Rosa é repleto de simbolismo, não à toa: o cara falava línguas pra caralea, até sânscrito. Rodou o Brasil e o mundo. Uma das fontes que consultei diz que ele não é mero criador, mas tradutor a realidade que observa, torna familiar o exótico -- o que para mim lembra a idéia de "narrador" de Benjamin -- o que só é possível para alguém que, como ele, viajou muito e teve contato com diversas realidades.
Intrigou-me um simbolo maçônico que o autor faz questão de descrever no texto -- digo que faz questão pois Guimarães Rosa pensa minuciosamente nas palavras e se o ícone não estivesse descrito, não faria diferença. Não consegui encontrar resposta ainda para isso.
O interessante é que o coronel sertanejo, no meio dos neologismos e jagunços, passa por uma jornada que poderia muito bem ter sido descrita em um cântico hindu: Augusto vivia uma vida de prazeres e poder, quando é quase morto. Precisa renunciar a tudo, é tentado, supera, passa a contemplar o belo, transcende.
Parece a jornada de maya -- a ilusão, à sannyas -- a renúncia, passando por satori ao samadhi ou nirvana. Discorreria mais sobre isso, mas, como disse antes, não estou a fim de fazer outra análise agora. Coloco pois a fim de nota mental para lembrar depois de fazer esse paralelo.
Talvez o sertão e a Índia não sejam tão diferentes. Não. Acho que é o homem que é o mesmo em todo lugar: e no oriente ou no sertão, para transcender -- ou se iluminar -- tem que sofrer.
1 comentários:
mas se nao quizer se iluminaqr ou transceder tambem tem que sofrer, vide os personagens de Graciliano Ramos, outro autor brasileiro que tambem tem um paralelo com o HINDU
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