om::namah::shivaya

Há algum tempo tatuei no meu braço: "om namah shivaya" -- no devanagari, ॐ नमः शिवाय. Sendo muito simplista, na trindade hindu, Brahma simboliza a criação, Vishnu a permanência e Shiva a transformação, ou destruição. "Om
namah shivaya", -- que em uma livre tradução seria "salve o nome de Shiva" -- não por acaso grafado no meu corpo acima de onde corre o sangue que vai percorrer (ou já percorreu -- não sou um expert em anatomia humana) todo o meu ser, deveria lembrar-me de não ficar acomodado diante de algumas situações que há tempos e tempos já estão saturadas.
Mas, afinal de contas, estou muito longe do Samadhi. E não sou lá muito inteligente também. Então, teórico e "logístico" que sou, com tendência à permanência e não na transformação -- talvez com aposta em pequenas transformações baseadas em grandes que deram certo outrora -- tinha resolvido não ler a frase que estava tatuada em meu braço desde janeiro deste ano, mas que ecoava em minha mente desde julho do ano passado e que vigorava filosoficamente desde que me empreendi em alguma busca filosófica, religiosa, ou algo que o valha.
Enfim (vício de linguagem que acabou viciando outros), depois de uma semana do caralho que começou na terça-feira retrasada, continuou em dias e dias mal sucedidos e culminou em uma experiência mal ou bem sucedida na quarta passada, resolvi então que olharia afinal para o meu braço.

Cometi orkuticídio. Sim, apaguei meu perfil no orkut. Tem gente que faz isso toda semana, tem gente que faz uma vez por mês. Já o meu profile existe desde 2004, nunca foi apagado, mesmo com todos os outros percalços que passei -- e não foram poucos. Eu nunca tinha apagado um scrap -- a não ser os de Spam, claro, com esses eu sempre fui intolerante. Desde que comecei lá o meu perfil -- convidado por uma garota com quem nem tenho mais contato, mas encontrei no PPP um dia desses -- conheci diversas pessoas, marquei diversas baladas, fiz diversas viagens. E acho que nunca passei mais de uma semana sem entrar para verificar os scraps -- lembro-me de ter procurado lan-houses para isso em Morro de São Paulo, em Salvador, em Ouro Preto, em Santiago do Chile e em Buenos Aires. Mesmo assim, apaguei, na lan house do Copan, logo depois de voltar de uma viagem de lotação de um bairro que não ia há anos e que provavelmente nunca mais vou voltar.
Por fim, no sábado encontrei um amigo e resolvi fazer com ele um jogo de dados que, se eu perdesse, faria com que eu entregasse o apartamento no Copan.
Perdi.
Atribuíram a Einstein a frase de que Deus não joga dados. Bem... Eu não sou Deus, longe disso. E eu jogo.

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