Setúbal

E seguindo a linha das postagens destoantes (minha nova pauta é Espinoza, que comecei a estudar agora então não arrisco falar bulhufas), chamou-me a atenção hoje a morte (ou desaparecimento? não posso destoar tanto dos
outros posts, não creio em morte) do Olavo Setúbal, capitaneante (neologismo?) da Itaúsa, holding que controla o Itaú, um dos bancos dos quais, nesse país, maior, só o meu empregador.
Hoje continua me pagando o governo, mas de outra forma, o que não vem ao caso no momento. A notícia da morte do empresário foi capa do UOL, do IG, mas não foi do Terra -- da Telefônica. Estranhei, mas também, não tenho nada a ver com isso.
Li uma matéria que já devia estar encomendada "da redação" há algum tempo sobre a vida do banqueiro. O indivíduo -- com todos os respeitos e pesares -- era filho de um imortal da Academia Brasileira de Letras que publicava poemas vinculados à estética parnasiana, formou-se em Engenharia na USP e comprou a DECA. Depois, por aqueles milagres que o mercado costuma chamar "empreendedorismo", chegou onde chegou -- tal qual Abravanel e outros.
Deixa luto e muitos empregados que continuarão com salários e direitos desproporcionais aos lucros que sua empresa -- ao menos o banco, com o qual tive contato na luta sindical -- composta pelos empregados citados acima, proporciona aos seus acionistas. Ele mesmo era só um dos generais desta cartilha política que continuará sendo seguida por seus sucessores, já nomeados em um testamento que duvido que tenha sido escrito um dia citando esta parte. Afinal, ainda tem o Cypriano, tem aqueles que vem de fora comprando os bancos mais lucrativos do mundo, tem o Lula, "sindicalista" que manda cortar ponto de grevista e, pior: tem o Daniel Dantas, que vai continuar mandando nos nossos fundos de previdência, na situação, na oposição, na imprensa, no País, gozando de foro privilegiado mesmo sem ter sido eleito direta ou indiretamente pelo povo. Mas afinal, tal qual me respondeu Gravataí Merengue, num blog que merece ser conferido: este "assunto caiu no esquecimento. Situação e oposição abafaram o caso. Blogs preferem falar de outras coisas".
Guardo uma semelhança com Setúbal: quando for a minha hora, quero ser cremado. E, em tempo: eu não estou de luto.

1 comentários:

Anônimo disse...

Oi meu lindo! Quanto mais leio os seus textos, que a cada dia, transmitem essa indignação pelos sistemas da vida, sinto-me mais inculta... mais fútil... deixei de lado essa preocupação citada em neles, agora procuro entender pq as pessoas agem dessa forma tão destruidora, confesso que já tive alguns êxitos ... mas ainda não consegui definir-me como pessoa... ainda perdida... ainda sem direção... odéio ser sagitariana...

Esperando meu Testimunial ou coto sei lá.....

Que Deus Abençõe o Setúbal...

Hellenzinha

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